A iniciativa Águas Resilientes, fundada pelo estudante Erleyvaldo Bispo, conta com a participação do jornalista e ativista, Rene Silva, criador do jornal Voz das ComunidadesDivulgação/Hector Santos
Grupo de jovens leva documento com demandas de água e saneamento básico para conferência da ONU
A iniciativa Águas Resilientes, criada por estudante da Universidade Federal Rural do Rio (UFRRJ), participará da Conferência de Águas das Nações Unidas, em Nova Iorque
Rio - Um grupo de jovens brasileiros vai participar da Conferência de Águas das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, nos Estados Unidos, que começa nesta quarta-feira (22). Idealizada por Erleyvaldo Bispo dos Santos, aluno de Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural do Rio (UFRRJ), a iniciativa Águas Resilientes irá levar um documento com demandas de água, saneamento e higiene da população brasileira que vive em situação de vulnerabilidade.
O grupo, que conta com cinco integrantes, incluindo o jornalista e ativista Renê Silva, fundador do jornal Voz das Comunidades, participará dos dois dias de evento em Nova Iorque. A missão, segundo Erleyvaldo, é engajar jovens e autoridades sobre os desafios do acesso à água no Brasil.
O universitário lembra da sua infância, quando sua família era obrigada a reservar água em galões, porque o normal era ficar longos períodos sem o serviço, mesmo nos dias atuais.
"Já bebi água não tratada e brincar no esgoto com os meus vizinhos era algo comum inclusive, em dias de chuva quando aumentava a correnteza e as tampinhas de garrafas PETs e barcos de papel iam até longe. Viver imerso nessa realidade que atinge milhares de brasileiros e brasileiras do Brasil foi a grande motivação para o surgimento de Águas Resilientes", contou o estudante.
O Águas resilientes, inclusive, vem realizando desde o início de fevereiro eventos preparatórios para a Conferência de Água da ONU. Ao todo, 528 pessoas participaram dos encontros. A primeiro das aconteceu na Baixada Fluminense.
Para Rene Silva, cria do Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, o documento é uma oportunidade de incluir as favelas no debate sobre a água. De acordo com o ativista, a questão é emergencial e deve ser tratada como prioridade.
"São as pessoas mais impactadas no meio de milhões de brasileiros e brasileiras, que não têm acesso a uma água de qualidade. Precisamos de avanços e também de respostas, porque a favela continua sendo tão impactada? Realmente, precisamos falar sobre todas essas pessoas que vivem sem acesso a esse direito básico e sem dignidade. Buscamos avanços em curto, médio e longo prazo", comenta Rene.
A Conferência da Água das Naçõe Unidas não acontece desde 1977. A última edição foi realizada em Mar del Plata, na Argentina.
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