Central Estadual de Transplantes credenciou em 2022 novos centros transplantadores e treinou equipes transplantadorasFoto Cesar Ferreira/Divulgação

Rio - Após um recuo por causa da epidemia de covid-19, a Central Estadual de Transplantes da Secretaria de Estado de Saúde bateu recorde histórico de captação de órgãos em 2022. Foram 1.152 notificações de possíveis doadores, 349 doações e 2.650 cirurgias.
"Este é o resultado do investimento que o Governo do Estado tem feito na capacitação das equipes e na melhoria da estrutura para que essas doações tenham êxito. Colocamos um helicóptero dedicado ao programa, o que agilizou muito e deu maior eficácia ao sistema de captação e transplante no estado. Parabéns às equipes que vêm fazendo um trabalho sensível, em momentos tão delicados, comemora o governador Cláudio Castro.
Em uma doação pode haver captação de mais de um órgão, o número total de transplantes é bem maior. Ano passado, foram 2.650 cirurgias realizadas, sendo 821 de órgãos sólidos, 172 de medula óssea, 549 de córnea, 93 de esclera e 1.015 tecidos músculo esqueléticos.
Já em 2023, somente nos meses de janeiro e fevereiro, foram realizados 236 transplantes, sendo 121 de órgãos sólidos, 36 de medula óssea, 64 de córnea e 15 de esclera. O resultado é reflexo de um trabalho que vem sendo realizado na capacitação das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), que funcionam dentro das unidades de saúde. Atualmente, 160 grupos atuam em conjunto com a Central Estadual de Transplantes.
"A Secretaria de Estado de Saúde quer que o Rio de Janeiro seja referência e modelo para todo o Brasil em captação de órgãos para transplantes. Para isso não mede esforços e tem investido em aumento e capacitação de equipes que fazem a captação de órgãos nos hospitais. Todo esse esforço é fundamental para salvar vidas", diz o secretário de Estado de Saúde, Dr. Luizinho.
As doações de órgãos no Brasil ocorrem de forma solidária e dependem do “sim” dos familiares. E um levantamento da Central Estadual de Transplantes aponta que o número de negativas vem caindo ano a ano. Em 2015, essa taxa foi de 43%, contra 35% em 2022 e 33% no primeiro bimestre de 2023.
Para melhorar as condições do transplante, a Secretaria Estadual de Saúde disponibilizou, em 2021, um helicóptero exclusivo para o transporte dos órgãos. A medida agiliza o processo, que é contado em horas para o sucesso. Em 2022, o helicóptero da Superintendência de Operações Aéreas (SOAer) transportou 145 órgãos para cirurgia.
Responsável por todo o processo desde a doação, a Central Estadual de Transplantes credenciou em 2022 novos centros transplantadores e treinou equipes transplantadoras e de acolhimento às famílias enlutadas, que atuam na sensibilização sobre o gesto da doação de órgãos. No ano passado, o programa habilitou uma equipe para, depois de 15 anos, o Estado do Rio voltar a realizar transplante de pulmão. Com a medida, passou a ser um dos três únicos do país a realizar esse tipo de cirurgia.