A Polícia Militar chegou a usar bombas de gás para tentar dispersar as torcidas durante as brigasReprodução/Redes Sociais

Rio - Os quatro presidentes de torcidas organizadas dos principais times cariocas continuam foragidos desde o último dia 13. As prisões foram solicitadas pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), depois das intensas brigas que ocorreram na cidade, em especial, antes do clássico Flamengo e Vasco, em 5 de março, no entorno do Maracanã. A informação foi confirmada pela Polícia Civil, nesta segunda-feira (27).
Os alvos dos pedidos de prisão temporária de 30 dias são os presidentes Anderson Azevedo Dias, da Young Flu; Fabiano de Souza Marques, da Força Jovem do Vasco; Bruno da Silva Paulino, da Torcida Jovem do Flamengo; e Anderson Clemente da Silva, da Raça Rubro-Negra. No último dia 14, os policiais chegaram a cumprir mandados de busca e apreensão nas casas deles e nas sedes das torcidas. Eles devem responder pelos crimes de organização criminosa, lesão corporal grave e tentativa de homicídio. 
De acordo com as investigações, os presidentes já possuíam outras anotações criminais. Além de estarem envolvidos em atos violentos, patrocinam as viagens dos grupos e nada fazem para impedir as brigas ou mesmo informar as autoridades dos elementos que agem com violência, os expulsando dos quadros das torcidas. Na decisão da Justiça que acatou aos pedidos de prisão, a juíza Ana Beatriz Estrella justificou que a liberdade dos líderes coloca em risco a vida de testemunhas e pode atrapalhar as investigações.
Brigas generalizadas
No dia do clássico entre Flamengo e Vasco, diversos vídeos circularam nas redes sociais mostrando confusões, tumulto e briga entre as torcidas.
Em uma das postagens, é possível ver torcedores da Força Jovem do Vasco no entorno do Estádio São Januário com cabos de madeira na mão e com camisas escondendo o rosto. Em outro vídeo, torcedores do Flamengo foram flagrados com rostos cobertos e também armados com pedaços de madeira.

Torcedores mortos e feridos
Ao menos oito pessoas ficaram feridas durante uma briga entre torcidas organizadas do Flamengo e Vasco, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio. Duas delas ainda estão internadas no Hospital Municipal Souza Aguiar, o motoboy Carlos Henrique da Silva Ferreira, de 34 anos,e um segundo torcedor que não teve a identidade divulgada. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o estado de saúde deles ainda é grave.
Um outro torcedor, Eder Eliazar, morreu após 15 dias internado em estado grave no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. Ele era vascaíno e teria sido agredido por flamenguistas, de acordo com a família. Outro homem, Bruno Macedo dos Santos foi morto a tiros na Barreira do Vasco. No entanto, de acordo com a polícia, a morte dele não tem relação com as brigas e ele foi morto por causa de uma rixa com traficantes.
Procurada, a Polícia Civil ainda não respondeu sobre o avanço nas investigações para esclarecer as mortes.