A Polícia investiga se garrafas de água com rótulos vermelhos e azuis seriam comercializadas por grupos criminosos rivais que disputam a região Divulgação

Rio - A Polícia Civil realizou, nesta terça-feira (28), uma operação na Gardênia Azul, na Zona Oeste, sobre a suspeita do monopólio da venda de água na comunidade, alvo de disputa territorial entre traficantes da facção criminosa Comando Vermelho e milicianos. Na ação, seis pessoas foram presas, diversos materiais foram apreendidos e uma central clandestina de internet foi fechada. A operação foi feita após a morte do vendedor de água Ironaldo Salvador de Alcântara, de 51 anos, que ocorreu na última quarta-feira (22).
Segundo as investigações, uma das motivações investigadas pela morte seria a recusa do comerciante em comprar a água do bando que atua na localidade. De acordo com testemunhas, o vendedor foi alvo de mais de 40 tiros dentro do seu estabelecimento. 


De acordo com a Delegacia do Consumidor (Decon) e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) as investigações apuram se as garrafas de água com rótulos vermelhos e azuis seriam comercializadas por grupos criminosos rivais que disputam a região.
Segundo a delegada, Carina da Silva Bastos, da Decon, a mudança dos rótulos originais pelos vermelhos faz alusão à facção criminosa Comando Vermelho.

“Essa operação é da Draco com a Decon e estamos verificando se realmente existe uma guerra de organizações criminosas tentando ter um monopólio de venda de águas no local. Foi constatado que existem locais que estão sendo obrigados a vender o produto alterando o rótulo azul para o vermelho fazendo alusão à facção criminosa. Então há possibilidade do homicídio ter relação com isso, inclusive tem locais que estão com baixo estoque porque o fornecedor não pode entrar no local”, disse.

A ação também visa prender criminosos, asfixiar as fontes de renda e interromper comércios e serviços ilegais, que geram grande lucro e são explorados pela organização criminosa.