Rio - Um projeto de lei propôs, nesta terça-feira (28), a alteração do nome da Rua dos Inválidos para Rua José de Souza, a fim de homenagear o sindicalista preso e morto injustamente no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) no período da ditadura militar. A lei é de autoria da vereadora Monica Cunha (PSOL). Nesta semana é relembrado os 59 anos do golpe militar.
Com o projeto, a vereadora tem como objetivo mudar o nome de uma das ruas principais do Rio para dar voz às lutas pela democracia e trazer à memória os danos da opressão. José de Souza era um trabalhador, mecânico, homem negro e membro do Sindicato dos Ferroviários do Rio de Janeiro. A morte dele gerou um grande impacto na comunidade de sua época, já que houve diversos relatos de que não havia a possibilidade dele ter se suicidado. No entanto, essa causa permaneceu como motivo da morte oficial divulgado pelas autoridades policiais.
Na Câmara Municipal, o projeto ainda precisa ser analisado pelas comissões da Casa. Se passar por elas, poderá, então, ser posto em votação. Se aprovado pelos vereadores e sancionado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), o endereço histórico passa a ser Rua José de Souza.
“Conhecer e preservar esses fatos é indispensável para a nossa sobrevivência. Estamos construindo uma democracia igualitária. A nossa luta é diária e a intenção é transformar esses espaços de memória de dor em espaços de luta para que nunca esqueçam o que o Estado nos tirou”, afirmou Monica Cunha.
História da Rua dos Inválidos
O nome da histórica rua que fica localizada no centro do bairro da Lapa decorre da construção de um asilo, em 1794, destinado ao atendimento de soldados que retornavam das guerras com limitações físicas e psicológicas para seguir exercendo os mesmos serviços. Segundo o Estatuto da Pessoa com Deficiência, 'inválidos' é um termo pejorativo e capacitista, semelhante a 'aleijado' e 'defeituoso', que reforça a exclusão das pessoas com deficiência.
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