Rio - Dois dos quatro presos na Operação Poseidon, na manhã desta terça-feira (4), ostentavam a vida nas redes sociais. Advogado criminalista e professor de concurso, Patrick Rosa Barreto, de 36 anos, é apontado pela investigação como o chefe da quadrilha que desviava precatórios judiciais com documentos falsos no Rio. No Instagram, ele ostentava uma vida luxuosa, com diversas viagens e veículos de alto valor. Carlos Andre da Fonseca Cunha, de 49 anos, por sua vez, se apresentava como Poseidon – alcunha que deu nome à operação.
Segundo a delegada Daniela Campos Rodriguez Terra, titular da 14ª DP (Leblon), o advogado obtinha informações privilegiadas do setor dos precatórios das justiças Estadual e Federal e, quando estavam pra ser pagos, fazia procurações para comparsas passarem por familiares para retirar as quantias. A maior parte das vítimas era composta por pessoas idosas, algumas até já falecidas. Como muitas vezes há uma demora no pagamento dos precatórios, os criminosos tinham maior facilidade para agir.
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Com mais de 10 mil seguidores diversas postagens sobre o meio jurídico criminal, Barreto esclarecia dúvidas básicas e vendia seu curso preparatório para o concurso da Polícia Militar do Rio. Já Carlos André se apresentava como semideus filho de Poseidon e amante de astrofísica para mais de 50 mil seguidores. Nas publicações, ele compartilhava seu desenvolvimento na academia e diversos ensaios a beira mar com um tridente. A vida menos luxuosa, no entanto, fica só nas redes sociais. O que os seguidores não sabiam é que parte do estilo de vida compartilhado pelos dois era financiado pelo dinheiro das fraudes.
Durante a prisão, agentes encontraram grande quantidade de skunk, balanças de precisão e sacos para armazenamento das drogas na casa de Patrick Barreto. Além dos crimes de falsificação de documento público e particular, estelionato contra idoso e associação criminosa, ele também vai responder por tráfico de drogas. As investigações continuam para identificar os possíveis servidores que repassavam essas informações ao advogado.
Drogas foram encontradas na casa de chefe da quadrilha do golpe do Precatório. #ODia
A investigação que desencadeou a Operação Poseidon começou há quatro meses com a prisão de um dos envolvidos. "Ele estava tentando sacar dinheiro, o banco entrou em contato com a delegacia e o prendemos em flagrante. Com a quebra do sigilo telefônico, conseguimos chegar a quadrilha toda. Todos os envolvidos vão responder por falsificação de documento público e particular, estelionato contra idoso e associação criminosa", pontuou a delegada.
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