Leonardo Campello Ribeiro foi condenado a 5 anos de prisão Reprodução/ GloboNews

Rio - A Justiça do Rio condenou três lideranças religiosas por violação sexual mediante fraude. O processo foi remetido para o Ministério Público no último dia 20 e está em segredo de Justiça. O caso é de 2018 e foi denunciado pela 30ª Promotoria de Investigação Penal do MP-RJ contra os líderes do Centro Espírita Semeadores da Luz, na Ilha do Governador.

Segundo a denúncia, os três abusavam sexualmente de fiéis em supostos rituais de iniciação tântrica. Eles também foram acusados de estelionato e exercício irregular de profissão pois havia oferta de consultas psicológicas no centro religioso.

Marcelo Antonio Marques Prazeres, que era presidente do centro, foi condenado a 5 anos seis meses de prisão, o então vice-presidente Leonardo Campello Ribeiro, a 5 anos, e o médium ativo Jayson Garrido de Oliveira, a 3 anos e seis meses. Agora o MP deve se pronunciar sobre a sentença recebida pelos condenados.

O Centro Espiritualista Semeadores da Luz (CESL) prega o universalismo como filosofia e reúne vertentes das religiões Umbanda, Candomblé, Igreja Gnóstica Cristã e correntes orientais.

Marcelo e Leonardo foram descritos no processo como detentores de "profundos conhecimentos religiosos e alto poder de persuasão". As vítimas afirmaram que eles afirmavam estar incorporados de entidades para cometer abusos sexuais. Segundo a denúncia, Marcelo conduzia rituais tântricos nos quais praticava atos libidinosos. Mais de cem abusos foram praticados por ele no período de 2009 a 2016, segundo a apuração. As vítimas não entendiam, muitas vezes, que estavam sendo assediadas.

As denúncias envolvem toques, masturbação e penetração. Em 2018, o MP pediu a prisão dos três, mas a Justiça determinou o uso de tornozeleiras eletrônicas e proibiu as lideranças de frequentarem o centro ou se aproximarem de fiéis e testemunhas.

Leonardo foi acusado de ter conhecimento dos abusos sexuais e não os impedir e por praticar atos sexuais dificultando a livre vontade da vítima. Ele alegava que uma entidade determinava as relações sexuais. O ex-vice-presidente também passava-se por psicólogo e exerceu irregularmente a profissão ao menos 67 vezes, cobrando pelas sessões.

Já Jayson foi acusado de ato libidinoso contra duas vítimas. Uma delas era adolescente e tinha 15 anos. O crime teria acontecido no que ele chamava de "magia vermelha", oferecida para tratar problemas emocionais e materiais. Ele foi acusado de beijar e tocar partes íntimas da adolescente e de masturbar outra vítima.

A reportagem tentou contato com a defesa dos réus mas não obteve sucesso. O espaço está aberto para manifestação.