Durante o tour, haverá aula de História do Brasil e exploração da arquitetura do Palácio TiradentesPedro Ivo

Rio - A partir desta segunda-feira (17), o Palácio Tiradentes, antiga sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), reabre as portas para visitações guiadas e gratuitas. 
As visitas foram interrompidas por conta da pandemia da covid-19 e depois em função da revitalização do Palácio, que guarda, desde os tempos do Brasil Colônia, grande parte da memória política do país.

Durante o tour, as pessoas receberão uma aula da história do Brasil enquanto exploram a arquitetura do prédio, que foi inaugurado em maio de 1926. Entre as novidades promovidas pela recente revitalização está o histórico Salão Nobre. O espaço ganhou novas cortinas, teve o mobiliário de madeira, estátuas e lustres de época recuperados, assim como a cor original das paredes internas e o piso, que voltou a ter o brilho original.

“É um reencontro da população com a sede histórica da Alerj. O palácio vai continuar servindo ao Legislativo do estado, recebendo sessões solenes, encontros e recepções oficiais, além da população, reafirmando seu objetivo de aproximar a sociedade de sua história”, afirmou a Diretoria do Departamento de Cultura da Alerj, Fernanda Figueiredo.

O público terá a oportunidade de conhecer também o plenário Barbosa Lima Sobrinho, que foi palco de importantes momentos da história da política nacional. A sala das comissões e a biblioteca são outros espaços que também estão abertos para visitação.

O tour pelo Palácio Tiradentes, que tem duração de aproximadamente 40 minutos, deve ser agendado através do e-mail cultura@alerj.rj.gov.br. Estão sendo disponibilizadas 50 vagas na parte da manhã e outras 50 à tarde, de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h. O Palácio fica localizado na Avenida Presidente Antônio Carlos, no Centro do Rio. 

Os guias são estagiários dos cursos de História, Ciências Sociais e Relações Internacionais, sendo possível, ainda, realizar a visita guiada em inglês.
História
O primeiro edifício construído no espaço do Palácio foi em 1640 e serviu para abrigar os primeiros três vereadores eleitos. No lugar, ficava ainda, a cadeia da cidade conhecida como a “Cadeia Velha”. Foi lá onde Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes, ficou preso durante cinco dias antes de ser enforcado em 21 de abril de 1792. 
Na época do Império, o Rio era a capital do Brasil e, após a Independência, em 1822, o prédio abrigou a Assembleia Constituinte. Durante todo o período em que o Brasil foi governado sob um regime monárquico, a Cadeia Velha foi um lugar de importantes acontecimentos políticos e legislativos, como a votação e aprovação da Lei Áurea, que viria a ser assinada em 13 de maio de 1888, promovendo, oficialmente, a abolição da escravidão no Brasil.

Para não deixar um retrato triste e retrógrado no país, a "Cadeia Velha" foi demolida e, no lugar dela, foi construído o Palácio, sendo inaugurado em 1926.
O prédio já foi sede da Câmara dos Deputados, do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), durante o Estado Novo, da Assembleia do Estado da Guanabara, antes da fusão com o Estado do Rio de Janeiro e, recentemente, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Atualmente, o Palácio é considerado o Museu da Democracia, que recebe visitas e expõe sua história e a do país. O plenário do Palácio Tiradentes é preservado e usado para sessões solenes, como posses e votações.
Nova Alerj
A nova sede da Alerj, que fica na Rua da Ajuda, nº 5, no Centro do Rio, foi inaugurada em agosto de 2021. A mudança foi feita porque o Palácio já não tinha mais capacidade para concentrar um volume tão grande de funcionários. Além disso, o local não atendia às exigências do Corpo de Bombeiros e requisitos de acessibilidade e sustentabilidade.