Ex-atleta diz em depoimento que sofreu ofensas homofóbicas; entregador nega
Defesa de Max Angelo afirma que mulher tentou inverter os fatos e se transformar em vítima durante a oitiva
Ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias na saída da 15ª DP- Gávea, após prestar depoimento sobre as agressões contra entregadores, em São Conrado - Cleber Mendes/ Agência O Dia
Ex-jogadora de vôlei Sandra Mathias na saída da 15ª DP- Gávea, após prestar depoimento sobre as agressões contra entregadores, em São ConradoCleber Mendes/ Agência O Dia
Rio - A ex-atleta e nutricionista Sandra Mathias, investigada por agredir entregadores em São Conrado, na Zona Sul do Rio, afirmou em depoimento, na 15ª DP (Gávea), que foi ofendida com palavras de cunho homofóbico durante a discussão do dia 4 de abril. Durante a oitiva realizada na tarde de segunda-feira (17), e obtida pelo DIA, a moradora disse que enquanto tentava denunciar uma atitude desrespeitosa do entregador Max Angelo Alves dos Santos à central de entregas, ele a filmava e proferia palavras provocativas. No entanto, durante o depoimento, Sandra não descreveu quais teriam sido essas palavras.
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A nutricionista se referia como "atitude desrespeitosa" o fato de Max ter passado de bicicleta perto dela na calçada. Segundo a ex-atleta, ela teria dito a ele: "Poxa cara, tem necessidade de você passar do meu lado assim? Eu vou te denunciar". Em seguida, Max teria respondido: "Não f... Não enche o saco".
Ainda na discussão do dia 4, Sandra negou que tenha ameaçado o entregador com as palavras: "Vagabundo, marginal... vou mandar te prender", mas que se recorda que pode ter ofendido Max da seguinte forma: "Filho da p..., vai se f.... Eu vou te denunciar". Informou ainda que as ofensas foram recíprocas.
Briga no domingo de Páscoa
Também em depoimento, Sandra foi questionada sobre as agressões contra os entregadores Max e Viviane Maria Teixeira no dia 9 de abril, domingo de Páscoa, na Estrada da Gávea, altura do número 847, em São Conrado, por volta de 17h20.
A investigada afirmou que, ao passar na frente dos entregadores, Viviane a indagou: "E aí, mano? Quando é que você vai parar de me cuspir?" e que a mesma iniciou as provocações. Foi neste momento que Sandra foi para cima de Viviane disparando um soco. A moradora disse ainda que foi segurada com força por Max, onde ela teria se machucado no braço.
Na oitiva, Sandra negou a todo momento que tenha agredido Max com palavras de cunho racista e que "sempre sofreu ofensas homofóbicas e ameaças por parte dos entregadores da localidade".
No entanto, no vídeo que circula nas redes sociais, Sandra é quem aparece fazendo ofensas à entregadora Viviane. Em um determinado momento, antes da briga corporal, a nutricionista dispara para a entregadora: "Eu fiz o que para você, rapaz?", que responde: "Rapaz, não. Eu sou mulher!". A moradora então rebate: "É mulher? Não está parecendo".
Ao fim do depoimento, Sandra solicitou à delegada Bianca Rodrigues Xavier Lima, titular da distrital que investiga o crime, um exame de corpo de delito. A ex-atleta prestou depoimento por pouco mais de três horas e saiu pela porta da frente da delegacia sem falar com a imprensa. Demonstrando impaciência, a agressora disse que não tinha nada a declarar: "Não tenho nada para falar, licença".
Sandra é investigada pelos crimes de lesão corporal e injúria por preconceito contra o entregador Max Angelo dos Santos.
Defesa de Max nega acusação
O advogado Joab Gama de Souza, que representa o entregador Max Ângelo no processo de lesão corporal e injúria por preconceito, nega que o cliente tenha cometido homofobia contra a ex-jogadora de vôlei, Sandra Mathias. Ao DIA, a defesa alegou, nesta terça-feira (18), que a versão dita pela mulher em depoimento foi realizada com o objetivo de inverter os fatos e transformar a acusada em vítima.
"As imagens e áudios deixam claro que a versão da agressora é completamente falaciosa. Que não houve xingamento ou qualquer tipo de ataque por parte deles, que não se passa de engodo, ela está tentando subverter os fatos, tentando justificar o injustificável", disse Joab.
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