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'Ninguém tem direito de tirar vida do outro', lamenta avó de ritmista morto na Baixada
Gabriel Cordeiro, de 20 anos, foi sepultado na tarde desta terça-feira, em Niterói
Rio - Familiares e amigos do ritmista Gabriel Cordeiro, de 20 anos, estiveram no Cemitério Maruí, em Niterói, na tarde desta terça-feira (18), para se despedir do jovem. No último domingo, o corpo dele foi encontrado com marcas de tiros em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
No enterro, a avó do rapaz, por quem ele foi criado até os 16 anos, se emocionou ao relembrar dos momentos de desespero do fim de semana. No sábado, sem notícias de Gabriel, ela começou a procurá-lo em hospitais da região, até que soube da morte ao ir no Instituto Médico Legal (IML) de São Gonçalo.
"Na sexta-feira, ele saiu e não voltou. Pensei que ele estava 'zoando' por aí, na casa de algum amigo. Ele era assim. No sábado, comecei a ficar preocupada. Os sambistas e o pessoal da religião não sabiam (onde ele estava). Comecei a ficar preocupada. Fomos nos hospitais e no IML do Colubandê, onde descobrimos. Pela digital, descobrimos que ele estava no IML de Nova Iguaçu. Nos chegamos lá, nos reunimos, e não pedimos ajuda financeira, porque tínhamos como pagar", relatou Denise Gonçalves.
Ainda durante a cerimônia, ela salientou não ter muitas informações sobre a investigação do caso. No entanto, acredita que Gabriel pode ter sido alvo de uma emboscada.
"Levaram ele para lá, mas pegaram ele em Niterói. Agora, sobre quem pegou, a gente ainda não sabe. Quem dera se a gente soubesse. Foi como uma emboscada. Para ir até o lugar, deve ter sido alguém que conhece que chamou, senão não vai. Não sei falar porque a gente não sabe. Isso vamos deixar para a polícia, porque é quem investiga e descobre. Deus é o único que pode tirar a vida de nós. Ele nos dá e nos leva. Fora isso, ninguém tem o direito de tirar a vida do outro", desabafou.
Sem entender o que pode ter motivado o crime, os amigos do rapaz também prestaram homenagens durante a cerimônia. A estudante Isabelle Braga, 23 anos, contou que vai guardar na memória a maneira feliz com que ele levava a vida.
"A lembrança que vai ficar do Gabriel vai ser a energia dele, a vontade que ele tinha de viver, de ser feliz, de fazer as pessoas felizes ao redor dele, o sorriso, as brincadeiras etc. No caminho todo, eu estava pensando nele e só me vem ele sendo feliz, trazendo a energia avassaladora que ele tem. Ele gritava sempre 'Isabelle Braga' toda vez que me via, de uma forma expansiva e carinhosa. É assim que vou lembrar dele", disse.
Gabriel saiu de casa na noite de sexta-feira sem avisar o destino e, após dois dias desaparecido, o corpo dele foi encontrado com dois tiros na cabeça. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que atua para identificar a autoria e a motivação do crime.
A família do rapaz disse que ele trabalhava na área de consórcios no Centro do Rio e que procurava moradia na região. Além disso, colegas afirmam que ele não tinha o costume de ir à Nova Iguaçu e que estão sem entender o que teria motivado o crime.
Gabriel era ritmista e integrante de grupos de samba. Nas redes sociais, o grupo cultural Educa Samba, onde o rapaz era aluno de chocalho, prestou solidariedade à família. A Acadêmicos de Niterói e a Escola de Samba Sabiá também lamentaram a perda.
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