Cláudia Maria Fonseca da Costa, de 51 anos, foi assassinada a tiros na Linha Amarela, na manhã desta quinta-feira (4)Divulgação
Mulher morta na Linha Amarela havia sido presa por integrar quadrilha de roubo de mercadorias
Cláudia Maria Fonseca da Costa, 51, participou de um roubo a supermercado, em Caxias, em 2009. Ela também tinha anotações por estelionato e receptação
Rio - Cláudia Maria Fonseca da Costa, de 51 anos, assassinada a tiros na manhã desta quinta-feira (4), na Linha Amarela, já foi presa em 2009 suspeita de integrar uma quadrilha especializada em roubos a supermercados. O DIA teve acesso ao processo aberto na 2º Vara Criminal de Duque de Caxias, onde consta que Cláudia e outros dois homens intermediaram o empréstimo de um galpão para que mercadorias roubadas fossem depositadas no local. "O roubo foi uma verdadeira operação de guerra", informa um trecho da decisão que determinou à época a prisão preventiva da mulher.
Conforme consta no processo, no dia 26 de julho de 2009, por volta das 17h15, um caminhão com a logomarca de uma empresa de frios parou na portaria, sob a justificativa de realizar uma entrega. Foi então que um empregado foi rendido e feito de refém. "Cerca de 40 pessoas, empregando forte armamento bélico, com ameaça de morte aos empregados, ingressaram no Centro de Distribuição e passaram a subtrair as mercadorias, ali permanecendo por mais de cinco horas", informa um trecho do documento.
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, foram roubado dos empregados e seguranças do galpão, armas e todo o equipamento que integrava o circuito interno de TV. Durante o período em que permaneceram no local, os empregados foram obrigados a carregar caminhões e uma Kombi com produtos roubados.
Contra Cláudia foi anexado no processo um áudio que comprova que ela tinha ciência de onde estavam guardadas outras mercadorias e que auxiliava também na venda destas. Ela teve a prisão preventiva decretada, ficou um mês e 27 dias presa, mas foi solta em dezembro de 2009, após ter um habeas corpus deferido. A Vara Criminal determinou que o restante da pena dela, de dois anos e 10 meses, fosse convertido em prestação de serviços, pagamento de um salário mínimo e multa. O processo foi arquivado em 2010.
Outros processos
Contra ela também constavam anotações criminais por estelionato e receptação. Atualmente a vítima era dona de uma loja de joias em Copacabana, na Zona Sul do Rio, e, segundo o irmão da vítima, Hélio Fonseca, ele nunca teve conhecimento sobre o envolvimento de Cláudia em práticas ilícitas.
A empresária teve o carro, um Fiat Toro, atingido por diversos disparos de fuzil. Agentes do 3ºBPM (Méier) e do Corpo de Bombeiros foram acionados e, no local, encontraram a vítima morta.
Cláudia era moradora da Vila da Penha, na Zona Norte do Rio, e fazia o mesmo trajeto todos os dias para trabalhar. A família compareceu, ainda na manhã desta quinta-feira (4), no Instituto Médico Legal (IML) e está bastante assustada com o crime. Ainda não há informações sobre o local e horário do sepultamento de Cláudia.
A perícia foi realizada e a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso. Diligências estão em andamento para identificar a autoria do crime. Até o momento, ninguém foi preso.
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