Gabriela Vitória da Silva, de 7 anos, sofreu ofensa racial na escola Municipal Antônio AustregésiloArquivo Pessoal
"Ela está muito empolgada para voltar a estudar, ela gosta muito de escola e essa fica a duas ruas atrás da minha casa, e tem muito coleguinha aqui do bairro que estuda lá. Ela já até conhecia o colégio porque meu filho de 14 anos já estudou lá também", disse.
Gláucia disse ainda que se sente aliviada com a mudança apesar de no começo ter tido receio da reação da filha. "Eu também estou empolgada porque acho que foi a melhor coisa. No começo eu fiquei receosa porque achei que ela pudesse pensar que tirá-la da escola era uma punição, mas pelo contrário, ela não queria estudar mais lá", disse.
A mudança ocorre após a menina ter sido chamada de 'macaca preta' por um coleguinha da escola. De acordo com a família, a professora, ao interferir na situação, justificou que o menino tinha o tom de pele só um pouco mais claro do que o de Gabriela e por isso não deveria ter usado termos racistas. "Minha filha foi para o banheiro e chorou sozinha. Se o garotinho fosse branco, ele poderia chamar ela assim?", perguntou a mãe.
Na terça-feira passada (2), mãe e filha se reuniram com o secretário de Educação Renan Ferreirinha, que conversou com o corpo técnico da escola, além de prestar solidariedade a Gabriela e à família. O secretário deixou claro que casos de ofensa racial, assim como qualquer tipo de preconceito ou violência, não cabem principalmente no ambiente escolar, onde deve prevalecer convivência harmônica, afeto, empatia e tratamento igualitário. Ele reafirmou que a menina é bem-vinda na rede municipal de ensino.
O caso foi registrado na 35ª DP (Campo Grande) e encaminhado à 34ª DP (Bangu). Em nota a Polícia Civil informou que "após apuração dos fatos, o procedimento foi suspenso, uma vez que criança não está sujeita a medidas sócio-educativas e não há notícia de crime por parte da professora", disse.
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