Ronald está internado no Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niteróireprodução / Rede Social

Rio - A direção do Hospital Estadual Azevedo Lima informou, na manhã deste domingo (14), que Ronald da Silva Santos, de 22 anos, segue internado em estado grave. O jovem está na unidade de saúde, localizada no Fonseca, em Niterói, desde quinta-feira, quando foi baleado durante uma ação da PM no bairro de São Lourenço.
Ronald, atingido nas costas, tem lesões na coluna, no estômago e no diafragma. De acordo com familiares, ele está com um dreno no pulmão e uma bolsa de colostomia. Ainda na manhã de sábado, a família se reuniu em frente ao hospital para fazer uma nova corrente de oração, como já haviam feito na sexta-feira. 
"Está todo mundo arrasado desde o dia do acontecimento. Ninguém come nada, ninguém bebe nada... Espero que isso não fique impune", disse a tia do jovem, Aldacir da Conceição dos Santos, em entrevista ao DIA, na manhã de sábado.
Família acusa PM
Ronald foi baleado no momento em que estava a caminho de um campo de futebol com o irmão. Ao ouvir os tiros, ele correu para ajudar crianças que jogavam bola na rua, mas foi atingido por um disparo nas costas.
Segundo a PM, os agentes foram atacados a tiros na Rua Silveira da Mota e revidaram. Os policiais afirmam que, após o confronto, receberam informações de que um homem ferido havia sido encaminhado ao hospital.
Familiares de Ronald, no entanto, contestam a versão. "Não houve troca de tiros, só tiveram três tiros, que eles (os policiais) deram, inclusive os PMs estavam na escadaria e atiraram de cima para baixo", disse a mãe do rapaz, Juliana da Silva Santos, em entrevista ao DIA, na sexta-feira (12).
No mesmo dia, em frente ao Hospital Azevedo Lima, Aldacir afirmou que os policiais sabiam que o rapaz havia sido atingido e, inclusive, Ronald teria dito a um dos agentes que o perdoava pelo tiro.
"Ele ainda falou pro PM: 'Eu te perdoo por você ter me dado um tiro'. Os policiais sabiam que ele estava baleado, tem foto de um agente do lado dele caído no chão, eles não deixaram ninguém socorrer, um vizinho que botou peito e colocou o meu sobrinho dentro do carro, pra trazer ele pro Hospital Azevedo Lima, porque nem socorro eles deram", lamentou.
A família, que fez uma oração em grupo na porta do hospital, na tarde de sexta, também reforçou que o jovem não tinha passagem pela polícia e nem envolvimento com o tráfico. Juliana contou que Ronald é evangélico e cuida do som e dos slides da igreja. Na quinta-feira, diversos amigos dos cultos estiveram no hospital para dar apoio ao rapaz.
A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 76ª DP (Niterói). O comando do 12º BPM (Niterói) também instaurou um procedimento para investigar as circunstâncias do tiro.