PM foi flagrado agredindo um dos moradores na Comunidade do Rato Molhado, em Sampaio, Zona Norte do RioReprodução

Rio - Policiais militares e moradores da comunidade do Rato Molhado, no bairro do Sampaio, na Zona Norte do Rio, se envolveram em uma confusão na manhã desta quarta-feira (24) durante uma ação de demolição de estruturas irregulares realizada pela Prefeitura do Rio. Um dos PMs que prestava apoio foi gravado agredindo um homem.
Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram o exato momento em que o agente se aproxima de um grupo de moradores e dá um tapa em um deles. O fato gerou revolta e discussão. O policial, com um fuzil em mãos, persegue o morador com a arma em punho. 
Em outra gravação, um policial também aparece discutindo e derrubando uma mulher com uma rasteira. Testemunhas relataram que seria o mesmo agente nas duas ocasiões.
Questionada, a Polícia Militar não respondeu sobre as agressões. A corporação informou que policiais do 3º BPM (Méier) foram acionados para dar apoio à prefeitura em uma ação com o objetivo de desocupar, demolir e remover construções irregulares que estavam obstruindo a circulação de veículos de empresas prestadoras de serviço público e atrapalhando o direito de ir e vir da população.
De acordo com a PM, os moradores soltaram fogos em direção às equipes durante uma das demolições, porém a ação foi repelida por agentes da Guarda Municipal. Após a saída dos funcionários da prefeitura, a corporação ressaltou que um grupo ateou fogo em objetos e tentou obstruir vias da região. O policiamento foi reforçado na comunidade.
Ação removeu 30 estruturas irregulares
A operação de demolição realizada nesta quarta-feira (24) na Comunidade do Rato Molhado foi feita por agentes da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop). O órgão informou que o objetivo era retirar estruturas irregulares e abordar pessoas em situação de rua em uma área sob influência do crime organizado.
Segundo a Seop, foram demolidas quatro construções em alvenaria, com fins comerciais, todas erguidas em área pública, embaixo de um viaduto. Também foram removidas outras 25 estruturas feitas com compensados de madeira, tapumes e lonas, além do depósito de uma loja de material de construção. Todas as construções ocupavam uma área de 150 m2 e geraram 16 toneladas de entulho, que foram removidas pela Comlurb.
"A Prefeitura, através da Secretaria de Ordem Pública, vai continuar combatendo construção irregular especialmente em áreas que sofrem influência do crime organizado exemplo dessa comunidade do Rato Molhado, ocasião em que nós encontramos inclusive simulacro de arma de fogo, acessório de pistola e não vamos tolerar ação de cracolândia, de moradia improvisada em espaço público, muito menos estruturas de alvenaria com atividade comercial ilegal e faremos quantas operações forem necessárias para trazer ordem pública para a cidade do Rio de Janeiro", disse o secretário, Brenno Carnevale.
Além das demolições, um lava-jato clandestino foi retirado e todo o material utilizado na atividade foi apreendido. Também foram desfeitas duas ligações clandestinas de água e quatro de luz.
Durante a operação foram encontrados uma réplica de arma de fogo e um adaptador de pistola. A Seop destacou que um dos moradores ateou fogo em uma das estruturas e imediatamente o Corpo de Bombeiros foi acionado para conter o fogo.

Também participaram da operação a Secretaria de Assistência Social, Guarda Municipal, Rio Luz, Águas do Rio e a Secretaria de Conservação.