Cartazes manifestam a luta contra o racismo e apoio ao jogadorCleber Mendes/O Dia

Rio - Centenas de pessoas se reuniram no fim da tarde desta quinta-feira (25) na Candelária, no Centro do Rio, para uma manifestação de apoio ao jogador Vinicius Junior, do Real Madrid, vítima de racismo no futebol espanhol. No domingo passado (21), ele foi chamado de 'macaco' pela torcida do Valencia durante jogo do Campeonato Espanhol.

A mobilização começou pela manhã, às 10 horas, quando uma comissão entregou um requerimento com exigência de ações antirracistas e punições aos torcedores no consulado da Espanha, na Zona Sul. No fim da tarde, os participantes se concentraram na Candelária, passando pela Avenida Rio Branco e o protesto seguiu até a Cinelândia. "Não é futebol, é racismo! Lugar de racista é na cadeia!", dizia um dos cartazes levados pelos manifestantes.

A ação contou com a participação e organização de aproximadamente 150 entidades, entre elas estão o Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN), Educafro, Movimento Negro Unificado (MNU), além de grupos como Movimento Popular de Favelas (MPF) e o Movimento Torcedores pela Democracia. Também representantes culturais, como o Quilombo Agbara Dudu e dos blocos de rua, como o Imprensa Que Eu Gamo, o Só Toca Bloco, o CarnalutaRJ. Além de organizações de profissionais, como a Rede de Jornalistas Pretos Pela Diversidade na Comunicação e a Cojira/RJ e a Associação Advocacia Preta Carioca.

Relembre o caso

Vinícius Júnior sofreu mais um caso de racismo. Desta vez, o episódio aconteceu no domingo (21/05), o jogador brasileiro foi chamado de 'macaco' por torcedores do time adversário durante o jogo entre Real Madrid e Valencia, na Espanha. Desde 2021 já foram registradas outras nove denúncias de racismo contra ele.

Nas redes sociais, Vinicius Júnior desabafou através de uma publicação sobre o caso e relatou: "Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui", disse o jogador.

O governo brasileiro cobrou medidas das autoridades espanholas. Clubes, patrocinadores, jogadores, personalidades e instituições demonstraram apoio em favor do jogador após o ocorrido.