Cartazes manifestam a luta contra o racismo e apoio ao jogadorCleber Mendes/O Dia
A mobilização começou pela manhã, às 10 horas, quando uma comissão entregou um requerimento com exigência de ações antirracistas e punições aos torcedores no consulado da Espanha, na Zona Sul. No fim da tarde, os participantes se concentraram na Candelária, passando pela Avenida Rio Branco e o protesto seguiu até a Cinelândia. "Não é futebol, é racismo! Lugar de racista é na cadeia!", dizia um dos cartazes levados pelos manifestantes.
A ação contou com a participação e organização de aproximadamente 150 entidades, entre elas estão o Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN), Educafro, Movimento Negro Unificado (MNU), além de grupos como Movimento Popular de Favelas (MPF) e o Movimento Torcedores pela Democracia. Também representantes culturais, como o Quilombo Agbara Dudu e dos blocos de rua, como o Imprensa Que Eu Gamo, o Só Toca Bloco, o CarnalutaRJ. Além de organizações de profissionais, como a Rede de Jornalistas Pretos Pela Diversidade na Comunicação e a Cojira/RJ e a Associação Advocacia Preta Carioca.
Relembre o caso
Vinícius Júnior sofreu mais um caso de racismo. Desta vez, o episódio aconteceu no domingo (21/05), o jogador brasileiro foi chamado de 'macaco' por torcedores do time adversário durante o jogo entre Real Madrid e Valencia, na Espanha. Desde 2021 já foram registradas outras nove denúncias de racismo contra ele.
Nas redes sociais, Vinicius Júnior desabafou através de uma publicação sobre o caso e relatou: "Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui", disse o jogador.
O governo brasileiro cobrou medidas das autoridades espanholas. Clubes, patrocinadores, jogadores, personalidades e instituições demonstraram apoio em favor do jogador após o ocorrido.
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