Flagrante de um dos baleados na operação policial no momento em que chegava ao Getúlio VargasReginaldo Pimenta

Rio - Oito homens considerados suspeitos pelas polícias Civil e Militar morreram em dois dias de operação policial em comunidades da Zona Norte do Rio. Quatro mortes foram registradas na quarta-feira (24), durante a ação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) nos complexos do Alemão e da Penha. Nesta quinta-feira (25), uma nova operação do Comando de Polícia Pacificadora (CPP) e da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Fé/Sereno no Morro da Fé, no Complexo da Penha, terminou com mais quatro pessoas mortas. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga as mortes que, segundo a especializada, aconteceram em confrontos com PMs.
Até o momento, seis corpos foram identificados. São eles: Maicon Douglas Santos Duarte; Leonidas José dos Santos Júnior; Adrian Araújo de Lima Oliveira; Willian Fernandes de Souza; Lucas Guilherme Arruda Pereira e Dener da Silva. Todos tinham anotações criminais por crimes como tráfico de drogas, ocultação de cadáver e lesão corporal, entre outros. Agentes trabalham na identificação dos outras duas pessoas.
Feridos no segundo dia de operação
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), sete pessoas deram entrada no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, após a operação da Polícia Militar nesta quinta-feira (25). Quatro delas sem vida. Entre os feridos estão Samuel Patrick Paixão Piedade, 20, que teria perdido parte das nádegas, após a explosão de uma granada; Ana Luiza Ananias Soares Silva, 23, atingida no pulso esquerdo; e Elcimar Fernandes da Silva, 59, baleado no braço e nas nádegas. O quadro de saúde de Samuel é estável. Ana Luiza e Elcimar já receberam alta médica.
A irmã de Ana Luiza, Mariana Cristina, contou que a jovem estava com a sobrinha de 4 anos e, assim que saiu de casa, foi baleada. O pai da vítima, que também estava com ela, prestou os primeiros socorros e um amigo da família a levou para o hospital. A familiar disse que chegou a acreditar que o confronto havia acontecido na comunidade do Quitungo, em Brás de Pina, onde moram, por conta da intensidade dos tiros, e chegou a pedir para que ela não saísse de casa.
Já Elcimar foi socorrido por um amigo e pelo representante comercial Maurício Lopes, que contou que o morador tomava café em uma padaria, quando foi atingido de raspão. Segundo o homem, o trio tem o hábito de se encontrar no estabelecimento no mesmo horário, antes do trabalho, mas que evitou ir nesta quarta por conta dos tiros. Na manhã de hoje, diversos colegas estiveram no hospital para ter notícias da vítima.
O que diz a PM sobre as operações
Sobre a operação realizada na quarta-feira (24), a PM disse que realizou um conjunto de ações integradas em comunidades da Zona Norte do Rio, desde as primeiras horas do dia para prender criminosos de outros estados e líderes da facção que atuam nessas regiões. Além das quatro mortes, um fuzil e drogas foram apreendidos.
Já a operação no Morro da Fé, realizada nesta quinta-feira (25), tinha o objetivo de coibir movimentações criminosas relacionadas ao roubo de veículos na região e outros crimes. Segundo a PM, após uma troca de tiros com criminosos, dois fuzis e drogas foram apreendidos. Segundo a Secretaria Municipal de Educação (SME), na região do Complexo da Penha, duas unidades escolares foram impactadas, afetando 170 alunos, enquanto em Vila Kosmos, quatro escolas não estão funcionando, deixando 893 estudantes sem aulas.