Profissionais de educação do estado realizam mais um protesto em reivindicação ao piso nacionalMarcos Porto/Agência O DIA
De imediato, o Sepe repudiou a nota do governo e disse que a greve será mantida até que a proposta oferecida atinja todos os profissionais da educação. Ainda de acordo com o sindicato, houve uma reunião na última segunda-feira (22) entre os representantes da categoria e a secretária de Educação, Roberta Pontes, mas o governo não apresentou nada de concreto para os profissionais e que não há qualquer versão de proposta governamental para ser apresentada.
“Dizem que pagar o piso respeitando o plano de cargos faria um ‘dano irreversível’ nas contas do estado. Dano irreversível é o que eles estão gerando na nossa saúde e na educação dos filhos da classe trabalhadora. Educação não é gasto! É investimento”, desabafou um professor.
A professora da rede estadual Karla Niels, que discorda da decisão do governo, esclarece que mesmo os professores que ganham acima do piso, não ganham mais que dois salários mínimos,
“Se há professores que ganham acima do piso, é devido ao seu tempo de carreira e formação continuada e não por serem privilegiados como as afirmações do governo dão a entender à população. A proposta da Secretaria de Educação é injusta, ilegal e imoral, porque achata a carreira ao desconsiderar tempo de serviço e formação conforme estabelece a Lei Estadual 1614/1990. Segundo esta Lei, os professores da rede estadual são divididos em níveis – que dizem respeito à formação – e referências – que dizem respeito ao tempo”, explica.
Ela reforçou ainda que a categoria recebe abaixo do piso nacional e não teve nenhum reajuste de 2014 a 2021.
Em nota, o governo esclarece que entende e reconhece a legitimidade dos profissionais da educação em reivindicar melhores salários. Além disso, lembraram que, desde agosto de 2021, já foram investidos quase R$ 1 bilhão em benefícios para os profissionais do magistério fluminense. Neste período, foram pagos valores referentes ao Fundeb, triênios, progressão de carreira, adicional de qualificação, cotas tecnológicas, auxílios alimentação e transporte, além de 20% de recomposição para todos os servidores.
“Nesta semana, uma decisão judicial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (processo nº 0228901-59.2018.8.19.0001) ratificou o entendimento de que o piso nacional está desindexado da questão do plano de cargos e salários. Esse impacto poderia gerar risco de dano irreversível de R$ 6,3 bilhões, ao ano, aos cofres públicos”, complementou.
Novamente, na manhã desta sexta (24), a Secretaria de Estado de Educação disse que espera que a greve seja encerrada e se compromete, como tem dito reiteradamente, em manter diálogo constante com a categoria para estudos e novas possibilidades de ajustes salariais.
"Vale lembrar que, conforme o sistema de controle de frequência da secretaria, no dia de ontem (25), 77% dos professores compareceram ao trabalho", finalizou.
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