Roberto Jefferson foi preso em outubro de 2022 após atirar contra policiais federais que cumpriam um mandado contra eleReprodução / Redes Sociais

Rio - O comando da 11ª Região Militar do Exército, em Brasília, instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar como o ex-deputado federal Roberto Jefferson conseguiu comprar armas e munições, mesmo sendo condenado no escândalo do Mensalão e réu em diferentes processos criminais.
Segundo uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o ex-parlamentar, respondendo vários processos, conseguiu manter seu registro de atirador de 2005, transferi-lo de região militar (do Rio de Janeiro para Brasília) e ainda apostilar armas e comprar munições, mesmo já estando na condição de réu e em prisão domiciliar, o que é ilegal, de acordo com o Estatuto do Desarmamento.
De acordo com o Ministério Público Militar (MPM), o pedido de inquérito se baseou em uma representação protocolada pela ouvidoria do órgão que narrou os fatos ocorridos em outubro do ano passado quando o ex-deputado federal atirou e lançou granadas contra policiais federais que cumpriam mandado de prisão contra ele. Para o MPM, há indícios de omissão e negligência do Exército em relação às compras de armas por Jefferson.
"As apurações preliminares sugerem omissões, negligências ou falhas que contribuíram para o desfecho da tentativa de homicídio de agentes públicos em cumprimento de dever legal, e precisam ser esclarecidas em Inquérito Policial Militar", informou o MPM.
O inquérito, solicitado pela 2ª Procuradoria de Justiça Militar, ainda investiga a não cassação do registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) de Roberto Jefferson. O MPM requisitou ainda que o encarregado do inquérito não seja um oficial que tenha servido no Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC) da 11ª Região Militar do Exército no período compreendido entre janeiro de 2021 até maio deste ano.