Alunos fizeram vídeo de entrevista xingando e ofendendo professoresReprodução

Rio - O Conselho Tutelar foi acionado para apurar a conduta de alunos de um colégio particular na Vila Valqueire, Zona Oeste do Rio, após a publicação de um vídeo com ofensas raciais e xingamentos contra professores nas redes sociais. Nos registros, uma das alunas, com idade entre 13 e 15 anos, chama um profissional da escola de "macaco" e "veado". O caso também é alvo de inquérito na Polícia Civil por crime de injúria por preconceito.

Nas imagens, um aluno do Colégio Elite parece simular um programa de entrevistas onde pergunta a opinião de colega sobre a saída de uma professora. A estudante xinga a profissional e segue atacando outros membros do corpo letivo.

Ao se referir a um professor negro recém-contratado para lecionar Português ela o chama de "macaco e veado", além de falar em tom de deboche sobre o fato de ele ser natural de Minas Gerais.

"Não gostei do novo professor de português porque ele é preto e veado. Poxa vida, ele é do interior de Minas. Acho que não foi uma substituição tão boa, porque ela era ruiva e gostosa, e ele preto e veado", diz a estudante.

A aluna também xingou a antiga professora e disse que ela "descontava frustrações pessoais" nos alunos ao dar notas ruins.

"Eu acho ótimo (ela ser mandada embora) porque ela é uma piranha, uma vadia, safada e que descontava as frustrações pessoais dela nos alunos. Acho que ela tem que se f... mesmo, tem que ser demitida. Deu zero para um monte de gente", atacou a adolescente.
Em nota, o Colégio Elite informou que repudia qualquer tipo de atitude discriminatória que implique em constrangimento, discriminação ou desrespeito a quaisquer membros da comunidade escolar. "Posturas como essas ferem os valores do Elite e não podem ser aceitas em hipótese alguma", informou a unidade de ensino.
A escola confirmou que, ao ser notificada sobre a situação, "prontamente tomou todas as medidas cabíveis, acionando o Conselho Tutelar e convocando os alunos envolvidos e seus familiares".

"O caso foi relatado no canal de Compliance da Rede e as autoridades responsáveis foram acionadas pela direção da unidade. Seguiremos à disposição para a devida apuração dos fatos e para o devido cumprimento da lei. Estamos prestando todo apoio e atendimento ao professor e estamos realizando ações de conscientização junto à turma e ao setor psicossocial. Todos os alunos envolvidos estão recebendo acompanhamento psicológico", esclarece a nota. 

Por fim, a escola reforçou as práticas de combate a atitudes como as do vídeo: "Reforçamos nosso compromisso em coibir qualquer tipo de prática que contradiga nossos princípios e valores, inclusive mantendo aberto o canal confidencial para a denúncia e apuração de casos sensíveis. Seguimos à disposição dos nossos colaboradores, familiares e alunos para atendê-los na unidade".