Delegacia de Homicídios da Capital investiga 15ª morte no bairro do AnilDivulgação
Publicado 31/05/2023 07:55
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Rio - A Polícia Civil investiga a morte de mais uma pessoa no Anil, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, neste ano. Pedro Henrique Martins, de 18 anos, foi assassinado a tiros na tarde desta terça-feira (30), na localidade conhecida como Buraco Quente. Desde o início do ano, a região vive uma rotina de violência, com constantes confrontos e operações policiais, por conta da disputa entre milicianos e traficantes pelo controle do território.
De acordo com a plataforma Onde Tem Tiroteio (OTT), por volta das 17h40, tiros foram ouvidos na região e, segundo relatos nas redes sociais, teriam ocorrido em frente a um bar. Segundo a Polícia Militar, o 18º BPM (Jacarepaguá) foi acionado e encontrou o corpo da vítima com marcas dos disparos, na entrada do Buraco Quente. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) informou que diligências estão em andamento para apurar a autoria e esclarecer a motivação do crime.
Em apenas três meses, outras 14 pessoas também foram mortas a tiros no Anil, a maior parte delas na Rua Araticum, que ficou conhecida como Rua da Morte. O caso mais recente aconteceu em 14 de abril, quando o mototaxista Guilherme Mota Ribeiro, de 24 anos, foi localizado baleado e já sem vida pela Polícia Militar. Segundo testemunhas, milicianos foram ao ponto de mototáxi na via e fizeram uma reunião, que terminou com a morte do jovem. No dia anterior, outra pessoa também foi econtrada morta na região.
Há meses, mortes violentas vêm sendo registradas na Zona Oeste por conta da guerra entre criminosos rivais. A região viveu sob forte influência de milicianos durante anos, mas, recentemente, traficantes têm tentado invadir as comunidades para expandir os pontos de tráfico de drogas no Rio. A disputa do Comando Vermelho contra os paramilitares e o Terceiro Comando Puro também conflagrou a Cidade de Deus, Gardênia Azul, Muzema, Itanhangá, Rio das Pedras, Complexo da Covanca e Praça Seca. Na Zona Norte, o conflito ainda ocorre nos Morros do Fubá e Campinho.
Anil registrou 14 mortes em três meses
O primeiro caso de mortes violentas no Anil aconteceu no dia 28 de fevereiro, quando os milicianos Eriberto José de Arruda, Jorge Fernando Lima Alexandre Rocha, Givaldo Tavares de Oliveira e Hélio de Paula Ferreira foram executados em uma padaria da Rua Araticum. Segundo as investigações, a influência dos dois últimos, conhecidos como Paulinho Banguela e Senhor das Armas, teria motivado o atentado.

No dia 7 de março, Luiz Rodolfo de Oliveira José, 28, morreu e outras três mulheres ficaram feridas, depois que criminosos em uma motocicleta atiraram contra um salão de beleza onde eles estavam, na Rua da Morte, e fugiram em seguida. No dia seguinte ao ataque, quatro suspeitos morreram na mesma via, em uma troca de tiros com policiais militares, durante uma operação para coibir a guerra na região. 
No dia 11 de março, na mesma região, mas dessa vez na Rua Hélio Amaral, um policial militar foi morto a tiros dentro do condomínio em que morava. Anderson Gonçalves de Oliveira, conhecido como 'Andinho Polícia', foi assassinado no corredor do apartamento. Ele já havia sido condenado após ser apontado como um dos chefes de uma milícia que atua no Morro da Tirol, na Freguesia, também na Zona Oeste do Rio. Segundo as investigações, o PM cobrava diversas taxas de comerciantes e moradores da região.

No dia 13 de março, Wilame Feitosa Rodrigues foi assassinado a tiros na Rua Araticum. Na noite do dia 24 seguinte, Ailton Pereira de Oliveira, de 18 anos, foi encontrado morto no mesmo endereço, logo após disparos serem ouvidos. No dia 29 do mesmo mês, Ademilson Lana dos Santos, de 34 anos, foi encontrado morto com marcas de tiro, também na Rua da Morte. 
 
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