Ademilson Lana dos Santos, de 34 anos, foi morto a tiros na Rua Araticum, no AnilReprodução/Redes Sociais

Rio - A guerra no Anil, na Zona Oeste do Rio, voltou a fazer vítimas nesta quarta-feira (29). Policiais militares localizaram um homem, identificado como Ademilson Lana dos Santos, de 34 anos, sem vida e com marcas de tiro no corpo, na Rua Araticum. O local ficou conhecido como "rua da morte", já que, somente neste ano, 11 pessoas foram executadas nela. O bairro vive uma rotina de confrontos entre traficantes e milicianos por conta de uma disputa pelo controle do território. A região também vem sendo alvo de constantes operações e patrulhamentos ostensivos. 
De acordo com relatos nas redes sociais, por volta das 14h50, disparos foram ouvidos na Rua Araticum, próximos à comunidade do Buraco Quente e, em seguida, um homem foi encontrado morto.
Segundo a Polícia Militar, o 18º BPM (Jacarepaguá) foi acionado para uma ocorrência de encontro de cadáver e, no local, encontram Ademilson morto e solicitaram perícia. O caso foi registrado na Delegacia de Homicídios da Capital. A Polícia Civil informou que investiga as circunstâncias da morte e diligências estão em andamento para identificar a autoria e a motivação do crime.
Há meses, mortes violentas vem sendo registradas na Zona Oeste por conta da guerra entre criminosos rivais. A região viveu sob forte influência de milicianos durante anos, mas, recentemente, traficantes têm tentado invadir as comunidades para expandir os pontos de tráfico de drogas no Rio. A disputa do Comando Vermelho contra os paramilitares e o Terceiro Comando Puro também conflagrou a Cidade de Deus, Gardênia Azul, Muzema, Itanhangá, Rio das Pedras, Complexo da Covanca e Praça Seca. Na Zona Norte, o conflito ainda ocorre nos Morros do Fubá e Campinho. 
Somente no Anil, foram registradas 12 mortes este ano. Na noite da última sexta-feira (24), Ailton Pereira de Oliveira, de 18 anos, foi encontrado morto na Rua Araticum, logo após disparos serem ouvidos. Na segunda-feira anterior, em 13 de março, Wilame Feitosa Rodrigues foi assassinado a tiros no mesmo local. No dia 7 do mesmo mês, Luiz Rodolfo de Oliveira José, 28, morreu e outras três mulheres ficaram feridas, depois que criminosos em uma motocicleta atiraram contra um salão de beleza onde eles estavam e fugiram em seguida.
No dia seguinte ao ataque, quatro suspeitos morreram na Rua Araticum em uma troca de tiros com policiais militares, durante uma operação para coibir a guerra na região. Já no dia 1º do mesmo mês, os milicianos Eriberto José de Arruda, Jorge Fernando Lima Alexandre Rocha, Givaldo Tavares de Oliveira e Hélio de Paula Ferreira foram executados em uma padaria da "rua da morte". Segundo as investigações, a influência dos dois últimos, conhecidos como Paulinho Banguela e Senhor das Armas, teria motivado o atentado.
No dia 11 de março, no mesmo bairro, mas dessa vez na Rua Hélio Amaral, um policial militar foi morto a tiros dentro do condomínio em que morava. Anderson Gonçalves de Oliveira, conhecido como 'Andinho Polícia', foi assassinado no corredor do apartamento. Ele já havia sido condenado após ser apontado como um dos chefes de uma milícia que atua no Morro da Tirol, na Freguesia, também na Zona Oeste do Rio. Segundo as investigações, o PM cobrava diversas taxas de comerciantes e moradores da região.