Rogério de Andrade e Gustavo de Andrade e Silva, pai e filho, foram presos em PetrópolisDivulgação

Rio - O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela soltura de Gustavo de Andrade, filho do bicheiro Rogério de Andrade. Os dois foram presos na Operação Calígula, deflagrada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) em maio de 2022. Gustavo foi acusado de fazer parte da cúpula da organização criminosa com atuação em todo o país liderada por Rogério. 
A decisão foi do ministro Nunes Marques, que não aceitou o habeas corpus em favor de Gustavo, mas confirmou que fossem aplicados 'os efeitos da decisão proferida pelo ministro Jorge Mussi nos autos do RHC 173.121, que determinou ao corréu (Rogério) a substituição da prisão preventiva pelas medidas alternativas'
Diante da decisão, Gustavo ganhou o direito de esperar pelo julgamento em liberdade, assim como seu pai, que deixou a cadeia em dezembro do ano passado, também após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Assim que deixar o sistema prisional do Rio de Janeiro, Gustavo de Andrade terá que cumprir as seguintes medidas: comparecimento em juízo para informar sobre suas atividades; proibição de manter contato com pessoas envolvidas na investigação; proibição de deixar o estado do Rio, sem autorização da Justiça; recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga e utilização de tornozeleira eletrônica para monitoramento, que também é utilizada por seu pai.
Relembre o caso
A Operação Calígula, deflagrada no dia 10 de maio de 2022, mirou a organização criminosa liderada pelo contraventor Rogério e seu filho, Gustavo. O grupo tinha como membro o ex-policial Ronnie Lessa, detido no Presídio Federal de Campo Grande pela execução da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes.

Dois delegados da Polícia Civil estavam entre os alvos: Marcos Cipriano e Adriana Belém. Segundo as investigações, a delegada Adriana Belém, ainda lotada na 16ª DP, e o inspetor Jorge Luiz Camilo Alves teriam encontrado com Ronnie Lessa a pedido de Cipriano com objetivo de viabilizar a retirada em caminhões de quase 80 máquinas caça-níquel apreendidas em casa de apostas da organização criminosa. O pagamento da propina teria sido providenciado por Rogério de Andrade.

Em junho do ano passado, o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), por meio da 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, solicitou à Polícia Federal que incluísse o nome de Gustavo de Andrade e Silva, filho do contraventor Rogério de Andrade, na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional. A decisão do juiz Marcello Rubioli, publicada no dia 3, atendeu a um pedido do Ministério Público do Rio (MPRJ) referente às investigações da operação.

Na decisão, o magistrado escreveu que tomou conhecimento, por meio do noticiário, que Gustavo estaria acompanhando o pai no exterior. Além do filho do contraventor, o juiz solicitou a inclusão do nome de outros 11 réus na lista vermelha. "Defiro seja requerido à Interpol que proceda à inscrição do nome dos foragidos na "difusão vermelha". Oficie-se como de estilo no encalço do endereço dos demais réus não citados, solicitando urgência nas respostas", escreveu o magistrado.