Angélica era filha de santo, moradora do Estácio, na Zona Norte, e estava na Taquara para visitar a irmãRede Social
Angélica era filha de santo, moradora do Estácio, na Zona Norte, e estava na Taquara para visitar a irmã. Segundo informações de familiares, ela teria parado no estabelecimento para tomar uma cerveja, quando traficantes armados tentaram executar um miliciano que estava no bar. A família da vítima compareceu ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar a liberação do corpo no domingo (11).
Nas redes sociais, a mulher da vítima publicou uma foto de luto após a morte. Nos comentários, uma amiga lamentou o caso e descreveu Angélica como uma pessoa incrível. “Antes era ela por nós. Hoje e sempre somos nós por ela, fica um vazio enorme, mas ficam todos ensinamentos desse ser humano incrível e dos dias incríveis que tivemos ao lado dela, que só nós sabemos!”, comentou.
O bar em que ocorreu o ataque fica na Rua Jordão, número 519, no Morro do Jordão, onde traficantes e milicianos disputam o controle do território.
Violência rotineira
Os moradores do Morro do Jordão, na Taquara, relatam que os confrontos passaram a ser frequentes desde a invasão de traficantes do Comando Vermelho (CV) na área dominada pela milícia. Em março deste ano, leitores do DIA procuraram o jornal para denunciar a guerra entre as facções criminosas. Segundo a denúncia, desde o dia 27 de fevereiro deste ano, a milícia retomou a região, que tinha perdido para o tráfico. E agora, mais agressivos, eles resolveram aumentar e cobrar valores retroativos, atrasados, nesse período que eles estiveram fora.
Segundo os moradores, além das taxas de segurança ilegais, os milicianos passaram a saquear as lojas e pegar produtos sem pagar. "É aterrorizante, porque já nos obrigam a pagar a tal 'taxa de segurança', um dinheirão que às vezes a gente nem tem em caixa, e levam as coisas. Deixam a gente no prejuízo duas vezes", afirmou um comerciante na ocasião.
"É uma guerra que a gente não tem pra onde correr. Nenhum dos lados presta, eles se matam e fazem todo mundo de refém. É muito abandono, um desespero só. Só queremos socorro", disse um outro morador.
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