Rio - A Polícia Civil realizou uma nova operação na tarde desta quarta-feira (14) no Complexo de Senador Camará, na Zona Oeste do Rio. A ação aconteceu um dia após a prisão de nove suspeitos de integrarem a facção Terceiro Comando Puro (TCP), que domina a região.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram veículos blindados da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) passando por ruas do complexo. Helicópteros da instituição também foram flagrados voando baixo dando apoio aéreo aos policiais.
Polícia Civil realiza nova operação em Senador Camará após prisão de nove suspeitos Crédito: Reprodução#ODiapic.twitter.com/b8q9RL23aO
Durante a ação dos policiais, manifestantes colocam fogo em objetos e fecharam temporariamente a Estrada do Taquaral. Questionada sobre a operação, a Polícia Civil não informou se houve prisões e apreensões na ação desta quarta-feira (14).
As buscas pelo traficante José Rodrigo Gonçalves Silva, conhecido como Sabão, seguem em andamento. A instituição tentou prendê-lo nesta terça-feira (13) durante a Operação Sanitizer, mas não teve sucesso. José, apontado como a liderança do TCP na região, possui um mandado de prisão preventiva em aberto.
O criminoso Rafael Alves, vulgo Peixe, também segue foragido. Assim como Sabão, o traficante é considerado um dos líderes do TCP nas comunidades do Sapo, Rebu, Cavalo de Aço, Coreia e Vila Aliança, todas na Zona Oeste.
Nove presos nesta terça
Nove pessoas, incluindo o traficante Gleison Luis Barros Ferreira, conhecido como Tamborzão, segundo nome forte da facção e chefe da comunidade do Rebu e do Sapo, foram presas nesta terça-feira (13) durante uma operação da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD). Sete fuzis, munições e drogas foram apreendidos.
O objetivo da ação era cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao TCP e um de prisão preventiva contra o chefe do tráfico de drogas da região. A investigação teve início a partir de denúncias realizadas por moradores de um conjunto de condomínios residenciais, o Minha Casa Minha Vida, situados em Senador Camará. Os alvos da operação são investigados pelos crimes de furto qualificado, receptação qualificada, extorsão, associação para o tráfico de drogas e organização criminosa. Segundo os agentes envolvidos na ação, houve troca de tiros com criminosos durante toda a ação.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo cobrava R$ 1.800 para que os moradores tivessem acesso aos serviços públicos de energia elétrica, água, gás natural residencial e também sinal de internet. O lucro mensal era de cerca de R$ 3 milhões.
A quadrilha atuava com extrema violência no impedimento de acesso dos funcionários das concessionárias legalizadas. Ainda segundo as investigações, os membros da organização realizavam os cortes dos serviços públicos e cobravam taxas para que seus associados realizassem as ligações clandestinas. As cobranças irregulares eram realizadas pelos síndicos informais que se posicionam nas guaritas de acesso de cada um dos prédios e dali controlam todo o dia a dia da comunidade, posteriormente repassando a arrecadação dos valores extorquidos para as lideranças do tráfico.
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