Outra mulher grávida de 8 meses foi ferida por estilhaços. Ambas estavam na Rua Joaquim Pizarro quando foram atingidas. Moradores acusam policiais por disparos
Severina da Silva Nunes, de 69 anos, foi baleada e morta no Morro do Turano, Zona Norte do Rio - Divulgação
Severina da Silva Nunes, de 69 anos, foi baleada e morta no Morro do Turano, Zona Norte do RioDivulgação
Rio - Uma idosa foi morta e uma mulher, de 30 anos, grávida de oito meses, ficou ferida por estilhaços, nesta quinta-feira (15), no Morro do Turano, no Rio Comprido, Zona Norte do Rio. As vítimas estavam na Rua Joaquim Pizarro, uma das vias de acesso à comunidade, quando foram atingidas. Segundo relatos de moradores, os disparos teriam partido de policiais militares. Um protesto bloqueou pelo menos duas ruas na região. Caso será investigado pela corregedoria da PM.
A vítima foi identificada como Severina da Silva Nunes, de 69 anos. Ela chegou a ser socorrida e levada para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, mas não resistiu aos ferimentos. A grávida Késsia da Silva foi atingida por estilhaços e encaminhada para a mesma unidade, onde segue em acompanhamento. O estado de saúde dela e do bebê é estável, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
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Em vídeos compartilhados nas redes sociais, moradores afirmam que os disparos partiram de PMs. "Olha só, subiram atirando na comunidade. Subiram atirando com pessoas na rua. Olha aqui a cara de todo mundo. Olha o que eles fizeram! Acabaram de tirar a vida dessa senhora", disse uma moradora nas imagens.
NÃO HOUVE TROCA DE TIRO NO TURANO (CHAPA) HOJE!!!! FOI A POLÍCIA MILITAR QUE ENTROU ATIRANDO.
Tem várias testemunhas, tem as cápsulas, tem tudo! Entraram pra matar e so não mataram mais porque os MORADORES não deixaram.
De acordo com a Polícia Militar, equipes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Turano foram atacadas por criminosos durante policiamento na comunidade. Após confronto, a vítima foi localizada e socorrida. Ainda segundo a PM, foi instaurado um procedimento na Corregedoria Geral da corporação para apurar as circunstâncias da ação.
Após a morte da moradora, um protesto feito por populares bloqueou a Rua Bispo, no Rio Comprido, com entulhos e pneus. A via seguia interditada até às 13h45. Para conter os manifestantes, policiais militares teriam utilizado bombas de gás lacrimogênio em um dos acessos à comunidade. Um morador caiu durante a ação e precisou ser socorrido.
Na Rua Citiso, pelo menos duas lixeiras da Comlurb foram viradas e restos de móveis incendiados pelos manifestantes. O policiamento está reforçado na região desde o fim da manhã, segundo a Polícia Militar.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, uma unidade de ensino na comunidade teve suas atividades suspensas nos turnos da manhã e tarde por conta do incidente. Ao todo, 168 alunos ficaram sem aula. As unidades de saúde tem funcionamento normal, segundo a SMS.
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