Mãe do menino Henry deixou prisão no fim de agosto do ano passado, por decisão do STJPedro Ivo / Agência O Dia

Rio - As sindicâncias abertas pela Secretaria Municipal de Educação (Seeduc) em relação a dois servidores públicos após alegações de Monique Medeiros foram arquivadas. De acordo com o Secretário Municipal de Educação, Renan Ferreirinha, a mãe de Henry Borel "tentou retardar o processo de demissão e confundir a opinião pública". 
Monique é funcionária concursada e ficou afastada de suas funções desde abril de 2021, quando foi presa pelo crime de homicídio duplamente qualificado pela morte do próprio filho. Até agosto de 2020, a mãe de Henry Borel exercia o cargo de diretora na Escola Municipal Ariena Vianna da Silva, em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio.
Solta por decisão do STJ, Monique voltou a trabalhar na Secretaria Municipal de Educação do Rio em dezembro de 2022. Segundo a pasta, ela atuou em função administrativa no almoxarifado por cerca de um mês, até apresentar um atestado médico para se afastar.
De acordo com o secretário, além do atestado de 60 dias apresentado por Monique, outro motivo para a formalização do processo de demissão da mãe de Henry foi a fraude no preenchimento de ponto.
"Ela fraudou o ponto e não esteve presente nesses dias de trabalho que estavam marcados. Ainda tentou apresentar um atestado de 60 dias e a perícia do município considerou que era improcedente. Posteriormente, decidimos afastar ela e abrir uma sindicância, que apontou a fraude", disse Ferreirinha ao DIA
Ferreirinha explicou que quando Monique foi afastada, a defesa dela afirmou que outros dois servidores também tiveram falhas no preenchimento do ponto. Com isso, a Secretaria Municipal de Educação abriu as duas sindicâncias, no entanto, não foram identificadas irregularidades.
"São casos completamente diferentes do dela porque no caso dos outros servidores foram questões pontuais e além disso, nesses dias que eventualmente houve um erro de preenchimento, eles foram trabalhar", afirmou. O secretário disse ainda que os servidores apontados por Monique estão há mais de 20 anos na prefeitura. 
Para o secretário, Monique tentou retardar o processo de afastamento comparando casos completamente diferentes. "Estamos prosseguindo com o processo de demissão dela, tudo dentro da lei, seguindo os trâmites administrativos necessários para que ela fique longe definitivamente das nossas crianças e escolas, ressaltou. 
Ainda segundo Ferreirinha, a permanência de Monique no cargo é considerada insustentável. "Desde janeiro eu estou fazendo de tudo pra que, o que eu acredito que é o certo, seja feito, que é a a exoneração dela do serviço público".
Mesmo afastada do cargo, Monique continua recebendo o salário bruto de R$ 3,1 mil.
Caso Henry Borel
Henry Borel foi levado para um hospital da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na madrugada de 8 de março de 2021. O menino chegou à unidade de saúde com manchas roxas em várias partes do corpo e o laudo da perícia apontou que a morte dele foi provocada por laceração hepática. O caso foi investigado pela 16ª DP (Barra da Tijuca) que concluiu, em maio do mesmo ano, que Jairinho agredia a criança.
O inquérito também revelou que Monique sabia que o filho vinha sendo vítima do padrasto, mas se omitia. O ex-vereador e a mãe da criança foram indiciados por homicídio duplamente qualificado. Jairinho foi denunciado ainda por tortura e Monique por omissão quanto à tortura. A juíza Elizabeth Louro, do 2º Tribunal do Júri, decidiu que o ex-casal vai a júri popular.