Publicado 02/06/2023 08:28
Rio - Um dos suspeitos de matar e ocultar o corpo do ator Jefferson Machado foi preso, na manhã desta sexta-feira (2), em Santíssimo, na Zona Oeste do Rio. A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) cumpriu um mandado de prisão temporária contra o garoto de programa Jeander Vinicius da Silva Braga, expedido na noite desta quinta-feira (1º), pela 1ª Vara Criminal da Capital do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ). Os agentes ainda tentam localizar produtor de televisão Bruno de Souza Rodrigues.
Jeander Vinícius chegou à Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte, por volta das 8h40, algemado e de cabeça baixa, tentando esconder o rosto. Os agentes da especializada procuram Bruno, que já é considerado foragido, em endereços na Zona Oeste. Às 10h, os advogados do produtor compareceram à sede da especializada e deixaram o local por volta das 11h30. A defesa não informou se o suspeito vai se entregar.
Segundo a delegada titular da DDPA, Elen Souto, as investigações estão próximas de serem concluídas e os suspeitos são os únicos envolvidos na morte. A possibilidade de mais um suspeito ter participado do crime surgiu depois que Bruno e Jeander confessaram que ajudaram a ocultar o corpo do ator, mas negaram que seriam os responsáveis pela morte. A dupla afirmou que o homicídio foi cometido por uma terceira pessoa, identificada apenas como Marcelo, após a gravação de um vídeo para uma plataforma de conteúdo adulto, feita na casa da vítima, no dia 23 de janeiro.
A informação foi divulgada nesta quinta-feira (1º), em um vídeo publicado pela defesa de Bruno, em que ele nega a participação no homicídio. Nas imagens, ele afirmou que Jeff, Jeander e Marcelo, apontado pelo suspeito como um rapaz com o qual o ator se relacionaria, participaram da gravação. De acordo com a Polícia Civil, no entanto, apenas o produtor e o garato de programa estão envolvidos na morte e ocultação do cadáver da vítima.
"Nós ainda temos algumas diligências para serem realizadas, mas falta pouquíssimo, 95% da investigação já está concluída, são alguns detalhes para podermos relatar. O Marcelo não existe, provado tecnicamente que ele não existe na investigação. O fato foi cometido somente pelo Bruno e pelo Jeander Vinícius", afirmou a delegada Elen Souto.
Entenda o caso
O corpo de Jeff foi encontrado no último dia 22, dentro de um baú enterrado e concretado a dois metros de profundidade em uma casa alugada por Bruno, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. O imóvel foi alugado pelo produtor em dezembro do ano passado, um mês antes do desaparecimento do ator. Uma das linhas de investigação da especializada analisou que o suspeito enganou a vítima com a promessa dele estrelar uma novela, pedindo uma quantia de R$ 20 mil, que foi paga.
Desde o encontro do cadáver, a suspeita sobre Bruno foi aumentando. O produtor teria ficado com a chave da casa de Jeff e com alguns pertences depois do desaparecimento, o que chamou atenção dos investigadores. Uma fatura bancária do ator entregue à Polícia Civil, nesta segunda-feira (29), indicou que o cartão de crédito dele foi usado após o seu desaparecimento. De acordo com o boleto de fevereiro de 2023, foram feitas quatro transações entre os dias 23 e 26 de janeiro, mesmo período em que a investigação acredita ter ocorrido a morte do ator. A movimentação suspeita é de R$ 5.392,02.
Uma outra prova incluída no inquérito foi uma multa recebida pelo carro de Jeff no período em que ele estava desaparecido. A distância entre o local onde o veículo foi multado e a casa em que o corpo do ator foi encontrado é de 12km. Diante das provas juntadas, a DDPA pediu, na segunda-feira (29), a prisão dos dois suspeitos. Inicialmente, apenas Bruno era considerado o autor do crime, mas os investigadores identificaram que Jeander também estava envolvido.
Nesta quinta-feira (1º), a Justiça acatou ao pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que requeria a prisão temporária de Bruno e Jeander, depois de analisar que o crime teria sido premeditado pela dupla. "Os ora indiciados são suspeitos de praticarem os crimes de homicídio e de ocultação de cadáver contra Jefferson, aproveitando-se do momento em que mantinham relação sexual com a vítima para pôr em prática plano criminoso, estrangulando-a e colocando o seu cadáver em um baú, para, posteriormente, ocultá-lo no terreno do imóvel alugado por Bruno, onde o enterraram e concretaram a cerca de dois metros de profundidade", escreveu o promotor Sauvei Lei.
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