Jeander Vinicius da Silva Braga chegou à Cidade da Polícia algemado e tentando esconder o rostoReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Publicado 02/06/2023 13:52
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Rio - O advogado Jairo Magalhães afirmou que a família de Jefferson Machado recebeu com alívio a notícia da prisão de Jeander Vinicius da Silva Braga, nesta sexta-feira (2). A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) cumpriu um mandado de prisão temporária contra o garoto de programa, por envolvimento na morte e ocultação do corpo do ator. O suspeito foi encontrado em Santíssimo, na Zona Oeste, e os agentes continuam as buscas para localizar o outro envolvido, Bruno de Souza Rodrigues. O produtor de televisão é considerado foragido. 
Na tarde desta sexta-feira, o advogado esteve na Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte do Rio, e destacou que os familiares do ator ainda esperam a prisão de Bruno, quem eles acreditam que foi o mandante do crime contra Jeff Machado. Magalhães ainda ressaltou que a obstrução das investigações foi um dos motivos que levaram aos pedidos de prisão dos suspeitos, porque o produtor não entregou o celular à polícia durante as investigações. 
"(A família teve) uma reação de alívio, num primeiro momento. A família aguarda a prisão do Bruno, também, mas é um pouco de alívio, e está vendo a polícia do Rio de Janeiro, a delegacia trabalhando, trazendo esse resultado para a família e toda a sociedade (...) Sem sombras de dúvida, para a família, o Bruno é o principal mentor e responsável por todo esse crime bárbaro. A justiça começa a ser feita e é isso que nós esperamos", declarou a defesa. 
Ainda segundo o advogado, também será feito um pedido para que a delegacia investigue outros crimes que Bruno e Jeander teriam praticado contra Jeff. "Vim aqui para entregar novos pensamentos de outros artigos, outros crimes que eles cometeram, para que a delegada investigue, como crimes de maus-tratos, falsa identidade, invadir dispositivo alheio, furto qualificado e estelionato. Então, nós trouxemos uma petição para que nesse término das investigações, a delegada também possa investigar esses crimes e imputar os acusados". 
Segundo a delegada Elen Souto, as investigações estão próximas de serem concluídas e Bruno e Jeanderson são os únicos envolvidos na morte. A possibilidade de outro suspeito ter participado do crime surgiu depois que o produtor e o garoto de programa confessaram que ajudaram a ocultar o corpo do ator, mas negaram que seriam os responsáveis pela morte. A dupla afirmou que o homicídio foi cometido por uma terceira pessoa, identificada apenas como Marcelo, após a gravação de um vídeo para uma plataforma de conteúdo adulto, feita na casa da vítima, no dia 23 de janeiro.
A informação foi divulgada nesta quinta-feira (1º), em um vídeo publicado pela defesa de Bruno, em que ele nega a participação no homicídio. Nas imagens, ele afirmou que Jeff, Jeander e Marcelo, apontado pelo suspeito como um rapaz com o qual o ator se relacionaria, participaram da gravação. "Nós ainda temos algumas diligências para serem realizadas, mas falta pouquíssimo, 95% da investigação já está concluída, são alguns detalhes para podermos relatar. O Marcelo não existe, provado tecnicamente que ele não existe na investigação. O fato foi cometido somente pelo Bruno e pelo Jeander Vinícius", afirmou a delegada. 
Entenda o caso
O corpo de Jeff foi encontrado no último dia 22, dentro de um baú enterrado e concretado a dois metros de profundidade em uma casa alugada por Bruno, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. O imóvel foi alugado pelo produtor em dezembro do ano passado, um mês antes do desaparecimento do ator. Uma das linhas de investigação da especializada analisou que o suspeito enganou a vítima com a promessa dele estrelar uma novela, pedindo uma quantia de R$ 20 mil, que foi paga.
Desde o encontro do cadáver, a suspeita sobre Bruno foi aumentando. O produtor teria ficado com a chave da casa de Jeff e com alguns pertences depois do desaparecimento, o que chamou atenção dos investigadores. Uma fatura bancária do ator entregue à Polícia Civil, nesta segunda-feira (29), indicou que o cartão de crédito dele foi usado após o seu desaparecimento. De acordo com o boleto de fevereiro de 2023, foram feitas quatro transações entre os dias 23 e 26 de janeiro, mesmo período em que a investigação acredita ter ocorrido a morte do ator. A movimentação suspeita é de R$ 5.392,02.
Uma outra prova incluída no inquérito foi uma multa recebida pelo carro de Jeff no período em que ele estava desaparecido. A distância entre o local onde o veículo foi multado e a casa em que o corpo do ator foi encontrado é de 12km. Diante das provas juntadas, a DDPA pediu, na segunda-feira (29), a prisão dos dois suspeitos. Inicialmente, apenas Bruno era considerado o autor do crime, mas os investigadores identificaram que Jeander também estava envolvido.
Nesta quinta-feira (1º), a Justiça acatou ao pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que requeria a prisão temporária de Bruno e Jeander, depois de analisar que o crime teria sido premeditado pela dupla. "Os ora indiciados são suspeitos de praticarem os crimes de homicídio e de ocultação de cadáver contra Jefferson, aproveitando-se do momento em que mantinham relação sexual com a vítima para pôr em prática plano criminoso, estrangulando-a e colocando o seu cadáver em um baú, para, posteriormente, ocultá-lo no terreno do imóvel alugado por Bruno, onde o enterraram e concretaram a cerca de dois metros de profundidade", escreveu o promotor Sauvei Lei.
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