Rio - O Governo do RJ sancionou a lei Vini Jr., nesta quarta-feira (5), durante cerimônia no Maracanã. A lei, de autoria do deputado estadual Prof. Josemar (Psol), determina o encerramento de partidas de futebol em caso de condutas racistas.
Em maio, a 35ª rodada do Campeonato Espanhol ficou marcada por mais um caso de racismo contra Vinícius Júnior. Na vitória do Valencia por 1 a 0 sobre o Real Madrid, o atacante brasileiro foi chamado de "macaco" por torcedores. A partida chegou a ser interrompida por oito minutos. No fim do jogo, o jogador foi expulso após uma confusão com o goleiro adversário.
"É um orgulho ter um jogador gonçalense enfrentando mundo afora o racismo estrutural e original, aquele que veio nos navios negreiros. Estou feliz em participar da sanção desta lei que deve tornar referência em todo Brasil. Com racismo não tem jogo nem mediação”, disse o deputado.
O vice-governador Thiago Pampolha também sancionou a lei, de autoria da deputada Veronica Lima (PT), que cria o Dia da Resposta Histórica Contra o Racismo no Futebol, a ser comemorado em 7 de abril.
A data foi escolhida em alusão à manifestação do Vasco da Gama, no dia 7 de abril de 1924, quando o clube teve sua inscrição recusada pela Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (Amea). A entidade só permitiria a filiação do clube caso todos os 12 jogadores, negros e operários, fossem dispensados sob a acusação de que teriam "profissão duvidosa" e que não apresentavam "condições sociais apropriadas para o convívio esportivo".
Medalha Tiradentes
Durante a cerimônia no Maracanã, Vinícius Junior recebeu a Medalha Tiradentes, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A homenagem é a maior honraria do parlamento fluminense. A proposta foi da deputada Verônica Lima (PT), após os casos de racismo envolvendo o jogador brasileiro.
A parlamentar afirmou que medalha é uma honraria merecida pelo trabalho de Vini Jr. dentro e fora de campo. "A medalha foi proposta por mim, mas teve a aprovação de todos os deputados da Assembleia Legislativa. Assim como o Vini, sou nascida e criada em São Gonçalo, onde ele fundou o Instituto Vini Jr., beneficiando crianças em vulnerabilidade social. É um momento de muita alegria para nós, combatentes do racismo estrutural. Vini Jr. enfrentou os racistas e disse que aquilo ali não era normal. Com isso, ele se tornou exemplo para muitas crianças", ressaltou a deputada.
O jogador brasileiro, que entrou para a Calçada da Fama do Maracanã, também recebeu a Medalha Pedro Ernesto da vereadora Monica Cunha (Psol), além do título de Cidadão Carioca, do presidente da Câmara Carlos Caiado (PSD).
"Espero que minha família esteja orgulhosa de mim por tudo que fizeram para eu chegar até aqui. É um dia muito especial porque eu sou muito novo e não esperava receber esse prêmio. Estou muito feliz e fico me perguntando se realmente mereço tanto", disse Vini Jr. na cerimônia.
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