Rio - O segurança e a gerente da loja Zara envolvidos na abordagem ao jogador de futebol Guilherme Quintino no Barra Shopping, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, prestaram depoimento nesta terça-feira (11) na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). O atleta denunciou ter sido vítima de racismo no dia 18 de junho.
Ao DIA, Guilherme disse que o episódio mexeu com seus familiares e que agora busca justiça. "Eu fiquei muito chateado, minha família ficou bem abalada com tudo o que aconteceu. Fiquei constrangido e com a cabeça a mil. Agora estou mais tranquilo, voltado para minha vida profissional e minha carreira. Eu espero que a justiça seja feita e ninguém mais passe por isso, nessa loja e em nenhuma outra. É inaceitável uma pessoa ser discriminada pela cor e forma de se vestir", afirmou.
Na época, o jogador estava acompanhado de sua namorada, Juliana Ferreira, e afirmou ter sido abordado de forma ríspida por um segurança e obrigado a mostrar onde estavam as peças que desistiu de comprar. "Saindo da loja de mãos vazias, sem nenhuma sacola, o segurança me fez retornar para mostrar onde eu havia deixado a ecobag com as peças que eu desisti de comprar", contou.
Nas redes sociais, Juliana contou que os funcionários não deram nenhuma justificativa para a abordagem. "Cobrei por respostas aos envolvidos, gritei para toda loja me ouvir, fiz o que eu pude, gravei toda a situação e, ainda assim, continuamos sem respostas. Não vamos nos calar, ele não irá se calar. A causa dele é minha. Não é um caso isolado, é comum. Tem que ser combatido", disse a jovem.
Procurada pela reportagem, a Zara informou que está apurando o ocorrido. "A abordagem relatada não é prática da companhia, bem como não reflete seu posicionamento e valores. A empresa reitera que não admite qualquer ato de discriminação", diz a nota. Já o BarraShopping lamentou o ocorrido e reforçou que repudia qualquer tipo de discriminação: "O empreendimento permanece à disposição das autoridades para colaborar com a apuração dos fatos".
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