Rafael Dutra, conhecido como Sem Alma, é procurado pela Polícia CivilReprodução

Rio - A Polícia Militar instaurou um processo disciplinar administrativo contra o policial Rafael do Nascimento Dutra, de 35 anos, conhecido como 'Sem Alma', lotado no 15º BPM (Duque de Caxias). O agente foi apontado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) como líder de um grupo de assassinos de aluguel responsável por diversas mortes em bairros do Rio.
Rafael, que tem um mandado de prisão preventiva em aberto, está de licença médica desde 2021, quando recebeu um tiro em serviço. Desde então, o homem não atua pela corporação.
Segundo a PM, o processo está sendo conduzido pela 3ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (3ª DPJM), subordina à Corregedoria-Geral da Polícia Militar. A corporação ressaltou que colabora com todos os trâmites investigativos e que o inquérito pode resultar na exclusão de Rafael dos quadros da PM.
O policial ganhou o apelido de Sem Alma devido à crueldade com que age nos crimes, de acordo com a DHC. Nesta terça-feira (18), a especializada realizou uma busca na residência do PM, mas ele não foi encontrado. Com o mandado de prisão em aberto, ele já é considerado foragido.
A investigação revelou o envolvimento de Rafael como chefe de uma quadrilha de matadores de aluguel. O grupo foi responsável pelo assassinato do miliciano Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, em novembro do ano passado. Na ocasião, Alexandro José da Silva, o Sandrinho, comparsa de Catiri, também foi morto. A DHC apontou que o miliciano teve a morte planejada por um ano.
Rafael seria um dos três assassinos já identificados pela DHC. Em março, José Ricardo Gomes Simões foi preso na orla da praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, a partir da troca de informações com a Polícia Rodoviária Federal. No interior de seu veículo foram localizadas duas armas de fogo, sendo uma pistola e um revólver, além de oito celulares e uma carteira de identificação de um policial militar. Já em dezembro do ano passado, George Garcia de Souza Alcovias foi preso no município de Francisco Morato, em São Paulo. Contra os dois foram cumpridos mandados de prisão preventiva.
Além de Catiri, a polícia está investigando se o grupo de Sem Alma é responsável por outros quatro assassinatos. A perícia realizada nos fuzis utilizados no homicídio do miliciano revelou que as mesmas foram usadas na morte do inspetor da Polícia Civil, João Joel de Araújo, em maio de 2022, em Guaratiba, e na execução de Tiago Barbosa, um mês depois, na Via Light, em Nova Iguaçu.
Já em abril, Fernando Marcos Ferreira Ribeiro, de 41 anos, foi morto a tiros na Tijuca. O último caso ocorreu no mês passado, quando o ex-chefe de segurança de um dos presídios do Complexo Penitenciário de Bangu, o inspetor penal Bruno Kilier da Conceição Fernandes, de 35 anos, foi assassinado no Recreio dos Bandeirantes.
O Disque Denúncia divulgou um cartaz nesta quarta-feira (19) pedindo ajuda da população para localizar Rafael. As denúncias são realizadas de forma anônima e podem ser feitas através da Central de atendimento: (021) - 2253 1177 ou 0300-253-1177; do WhatsApp Anonimizado: (021) – 2253-1177 (técnica de processamento de dados que remove ou modifica informações que possam identificar uma pessoa) e do Aplicativo: Disque Denúncia RJ.