Suel foi preso durante operação da Polícia Federal e do MPRJ Arquivo / Agência O Dia

Rio - O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, preso nesta segunda-feira (24) pela participação nos planos para matar a vereadora Marielle Franco, teria enviado altas quantias em dinheiro para a família do ex-policial militar Élcio de Queiroz para custear advogado e outras despesas. O fato foi relatado pelo próprio ex-PM em delação premiada.
Queiroz afirmou à Polícia Federal e ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) que Suel, como o ex-bombeiro é conhecido, destinava R$ 10 mil para Ronnie Lessa devido a uma sociedade de 'gatonet' que ambos tinham em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio. O valor foi dividido em R$ 5 mil para pagar custear despesas com advogado e outros R$ 5 mil para a família de Élcio, após a sua prisão em 2019. Segundo o ex-PM, o dinheiro ajudou no colégio de seus filhos por meses.
Contudo, o valor foi diminuindo até que Suel parou de pagar, conforme apontou Queiroz. O ex-PM destacou que não tinha nenhum combinado com Maxwell e quem tinha era Lessa.
"O Suel mandou pra ajudar no colégio dos meus filhos. Acho que foi quinhentos reais, mil reais. Mandou umas duas ou três vezes. Depois não mandou mais. Mandou porque ele quis. Eu não tinha contrato com ele, não tenho nada. Quem tinha era o Ronnie. Só que o Ronnie falava que como tinha esse dinheiro que vem pra ele todo mês, faz o seguinte... uma parte iria pagar as mensalidades do advogado (que era dois e quinhentos e dois e quinhentos), e o outro você fica pra você pra te ajudar. Mas no final o Suel parou de pagar e falou que não ia dar mais nada", disse.
Na tarde desta segunda-feira (24), a advogada Fabíola Garcia, que representa o ex-bombeiro, destacou que o cliente não tinha nenhuma relação com Queiroz e que nega ter pagado advogado para ele. A defesa ainda contou que Suel negou qualquer participação nos planos para matar Marielle.
Maxwell foi preso na manhã desta segunda na sua mansão de três andares, em um condomínio de luxo, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. A prisão foi realizada durante a Operação Élpis, que aconteceu após a delação premiada de Queiroz.
No documento, o ex-bombeiro foi citado como integrante de uma organização criminosa responsável pela exploração de 'gatonet'. Ele ainda teria participado de uma tentativa de homicídio contra Marielle no final de 2017 junto com Ronnie Lessa.