Rio - A Polícia Federal desencadeou, na manhã desta quarta-feira (26), uma operação para desarticular uma quadrilha especializada em fraudes no recebimento do auxílio emergencial, bem como em outros benefícios concedidos pelo Estado e pagos através da Caixa Econômica Federal. Foram cumpridos um total de oito mandados de busca e apreensão em três localidades: Nilópolis (6), na Baixada Fluminense; Anchieta (1), na Zona Norte; e Taquara (1), na Zona Oeste.
De acordo com a PF, as investigações foram iniciadas em 2020, a partir dos registros constantes da Base Nacional de Fraudes ao Auxílio Emergencial (BNFAE). Através desses registros, foi possível identificar os suspeitos que se beneficiaram ilicitamente de pelo menos 55 contas fraudadas. Os golpes eram realizados por meio de pagamentos de boletos, transferências bancárias e transações em máquinas de cartão de crédito e débito.
Durante as diligências, os agentes federais apreenderam computadores, celulares, uma máquina de clonar cartão e um veículo de luxo avaliado em cerca de R$ 150 mil. Os materiais recolhidos foram encaminhados à Delegacia de Polícia Federal em Nova Iguaçu e serão submetidos à perícia. Os investigados responderão pelos crimes de estelionato e associação criminosa, além de outras infrações penais que possam surgir.
De acordo com o delegado de policia federal Leonardo Ferreira, o grupo agia fraudando o aplicativo Caixa Tem, através de uma lista de beneficiários. A quadrilha fazia uma falsa habilitação e quando conseguiam a senha do aplicativo, o resgate do benefício era realizado. O valor era transferido para uma conta de um banco online, boletos bancários ou máquinas de cartão. Depois desses trâmites, eles jogavam o valor para suas contas privadas.
As investigações ainda estão apurando o prejuízo que a quadrilha causou de forma exata. Em dois meses, os agentes descobriram que a quadrilha já causou um prejuízo de quase R$ 40 mil aos cofres públicos.
Em nota, a Caixa Econômica informou que atua conjuntamente com a Polícia Federal e demais órgãos de segurança pública na identificação de casos suspeitos e na prevenção das fraudes no Auxílio Emergencial.
"Esclarecemos que informações relacionadas aos casos suspeitos de fraude e as ações realizadas pela área de segurança da Caixa para investigar e coibir fraudes possuem caráter sigiloso, sendo repassadas apenas às autoridades policiais e de controle, tendo em vista risco de comprometimento de investigações criminais em andamento", dizia a nota.
O banco ainda ressaltou que aperfeiçoa constantemente os critérios de segurança, observando as melhores práticas de mercado e as evoluções necessárias ao observar a ocorrência de fraudes.
"Adicionalmente, esclarecemos que a Caixa possui estratégias, políticas e procedimentos de segurança para a proteção dos dados e operações de seus clientes e dispõe de tecnologias e equipes especializadas para garantir segurança aos seus processos e canais de atendimento", completou a nota.
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