Rio - A investigação do caso sobre o túmulo violado de uma mulher, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, se alinha à hipótese de que o crime ocorreu para a realização de um ritual. Sabrina Tavares, de 31 anos, foi assassinada a tiros em agosto de 2022. Funcionários do cemitério acionaram a família para alertar que o local do enterro havia sido violado. Exames demonstraram que a cabeça da vítima foi removida, no Cemitério Iguaçu Velho.
O delegado responsável pela investigação na 58ª DP (Posse), José Mário Salomão, afirmou que inicialmente considerava que pudesse ser um crime de vingança, mas essa hipótese foi descartada. "A investigação está caminhando no sentido de um rito religioso. No início consideramos algum tipo de revide, mas depois nos afastamos disso. Os indícios são típicos de ritual religioso. Deixaram garrafas e objetos", disse. O caso foi registrado no dia 16 de abril.
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Salomão acrescenta que provavelmente o criminoso não agiu sozinho, já que teve que quebrar o túmulo, revolver terra, posicionar as garrafas e ainda retirar o crânio da vítima. Ele acredita que conseguirá resolver o caso em até 30 dias.
De acordo com relatos da família e o inquérito policial, os restos mortais levados pelos criminosos foram substituídos por um objeto de barro.
Os parentes tiveram notícia do ocorrido quando foram visitar o túmulo no dia 11 de abril, o que costumam fazer todo dia 11. De acordo com a irmã, a família foi orientada a procurar a direção da Funerária São Salvador, responsável por administrar a sepultura. Ao acionarem a empresa, foram informados de que o caso havia sido registrado na 58ª DP e repetiram a informação de que o túmulo havia sido violado, sem detalhar o que de fato havia ocorrido. A família só soube que a cabeça da vítima havia sido levada quando saiu o resultado do laudo pericial.
Nas imagens contidas no laudo pericial, ao qual o DIA teve acesso, é possível ver a tampa de concreto da sepultura quebrada e o caixão à mostra. Em outro registro feito pelo perito, há também a imagem do alguidar de barro com cinzas e garrafas de bebidas próximas.
Segundo depoimento dos funcionários do cemitério que identificaram a violação, dentro das garrafas de bebida havia papéis com os nomes de várias pessoas. O fato foi notado pelo funcionário por volta das 8h da manhã, logo no início do seu expediente, mas a família questiona a demora na comunicação do fato.
Sabrina foi assassinada a tiros em agosto do ano passado quando teve casa invadida por dois homens armados. A mãe dela, Fátima de Azevedo Tavares, também ficou ferida no ataque, mas fingiu que estava morta para sobreviver. O caso foi investigado pela Delegacia de Homicídios e um suspeito foi preso em 16 de dezembro, o ex-cunhado da vítima. O homem foi capturado no Bairro da Luz, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, após trabalho de inteligência e monitoramento. Contra ele foi cumprido um mandado de prisão temporária pelos crimes de feminicídio e tentativa de feminicídio.
De acordo com as investigações, no dia 10 de agosto deste ano, o autor foi até a residência da ex-cunhada, Sabrina Tavares de Almeida, de 31 anos, no Parque Ambaí, e atirou nela enquanto estava dormindo.
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