Cônsul alemão diz que marido teve mal súbito; na foto, belga está de camisa clara, ao lado do companheiroArquivo Pessoal

Rio - A Justiça do Rio autorizou, nesta sexta-feira (4), a liberação do corpo do belga Walter Henri Maximilien Biot após um ano de sua morte. Ele era marido do cônsul da Alemanha Uwe Herbert Hahn. A decisão foi do juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio.
O corpo do belga, que completa um ano de falecimento neste sábado (5), permanece no Instituto Médico-Legal (IML) Afrânio de Mello Franco, no Centro do Rio. Porém, o sepultamento deve ser pedido pelas autoridades ao juízo da Vara de Registros Públicos.
"Não havendo mais necessidade de se manter o corpo da vítima, considerando, ainda, o longo lapso de permanência do corpo e o direito fundamental/natural da família de se despedir de seu ente querido, autorizo a devolução do corpo da vítima", diz parte da decisão.
O magistrado ainda determinou que o diretor do IML e o Consulado da Bélgica sejam intimados sobre o parecer favorável à liberação do corpo, mas reiterou a necessidade de acionar o juízo competente.
O belga foi encontrado com lesões no corpo e parada cardiorrespiratória, inclusive na cabeça e nas nádegas, na cobertura onde vivia há duas décadas com o marido em Ipanema, na Zona Sul do Rio. A perícia realizada no corpo da vítima apontou pelo menos 30 lesões no corpo do Belga e a causa da morte foi traumatismo craniano na nuca. O documento também apontou escoriações e hematomas na região anal, face, braços e joelhos. Uma grande lesão, entre a barriga e o tórax, também indicaria que houve um pisão, indicando que a vítima poderia ter sido imobilizada.
O diplomata foi preso um dia depois do crime, mas foi solto pouco mais de 15 dias após a morte e deixou o país rumo a Frankfurt, sua terra natal. Uwe teve a prisão relaxada pela desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, por considerar haver demora na denúncia do Ministério Público (MP) contra o cônsul. Atualmente, ele é considerado foragido e integra a lista de procurados da Interpol.
Um dia depois da fuga de Uwe, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ª Promotoria de Justiça Junto ao IV Tribunal do Júri da Capital, denunciou o diplomata pelo crime de homicídio qualificado contra seu cônjuge Walter Henri Maximilien Biot. Além da denúncia, a promotoria também solicitou a prisão preventiva, reafirmando que não houve perda de prazo processual para apresentação da denúncia.