Polícia colhe depoimentos de funcionários de McDonald's onde mulher fez ofensas racistas contra jovem
Amanda Queiroz Ornela, que se apresentou como médica, foi gravada dizendo que 'odeia preto' duas vezes, que não é 'obrigada' a gostar e que 'racismo não dá cadeia'
Caso é investigado pela 35ª DP (Campo Grande) - Google Street View
Caso é investigado pela 35ª DP (Campo Grande)Google Street View
Rio - Cinco funcionários da loja do McDonald's onde aconteceu um caso de racismo envolvendo uma mulher e um jovem negro, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, prestaram depoimento, nesta terça-feira (8), na 35ª DP (Campo Grande), responsável pela investigação.
O caso aconteceu na madrugada do dia 31 de julho. No vídeo, obtido pelo O DIA, Amanda Queiroz Ornela, que se apresentou como médica, aparece dizendo que "odeia preto" duas vezes, que não é "obrigada" a gostar e que "racismo não dá cadeia".
A vítima é o estudante Mattheus da Silva Francisco, de 22 anos, que chorou após ser ofendido. "A gente parou ao lado dela para fazer um pedido de lanche porque não tinha fila. A atendente nos atendeu antes dela. Aí, ela se revoltou contra a gente e começou a insultar a gente. Disse que eu era preto, que eu não conseguia chegar a nenhum lugar devido à minha cor e o lugar onde eu moro", disse.
No dia do crime, Amanda foi levada para a 35ª DP em busca de prestar depoimento. Na ocasião, a mulher foi ouvida e liberada. Porém, a Polícia Civil a chamou novamente para questionar seu registro como médica. Ela afirmou, tanto na lanchonete como na delegacia, que era psiquiatra, mas, de acordo com as investigações, seu nome não foi encontrado no Conselho Regional de Medicina (Cremerj).
Em seu segundo depoimento, ela assumiu que mentiu e admitiu trabalhar como auxiliar administrativo em uma farmácia. Amanda disse que era médica porque uma outra mulher alegou que era advogada. A mulher também admitiu ter mentido sobre ser casada com um miliciano - no vídeo, ela aparece dizendo "Casada com milícia [SIC], beijos". Desta vez, alegou ter sentido medo de ser agredida.
Em relação às ofensas, ela alegou que estava bêbada e que passou o dia bebendo diferentes bebidas alcoólicas.
O caso está sendo investigado como injúria por preconceito. Caso seja condenada, Amanda pode ter uma pena de dois a cinco anos de prisão.
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