Adolescente de 13 anos morreu durante uma operação na Cidade de Deus, na Zona Oeste do RioArquivo pessoal

Rio - A Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia (Dedit) do Ministério Público do Rio (MPRJ) realizou, na manhã desta segunda-feira (14), um escaneamento na Rua Miguel Salazar, na Cidade de Deus, local onde ocorreu a morte do adolescente T.M.F, de 13 anos. De acordo com o núcleo, o procedimento vai possibilitar que os investigadores do MPRJ possam conhecer melhor o local e verificar a direção dos disparos.
Com os dados colhidos, será realizada uma maquete em 3D para fazer a simulação das versões dos policiais, da família do adolescente e de todas as outras que forem possíveis. As imagens também vão auxiliar a reconstituição do local do crime, a ser realizada por um perito oficial. Os técnicos do DEDIT foram acompanhados durante todo o tempo por uma equipe do 18º BPM (Jacarepagua). Segundo a PM, não nenhuma intercorrência durante a ação.
O jovem morreu no fim da noite do dia 8 de agosto durante uma ação da Polícia Militar (PM) na comunidade. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga pelo menos duas versões diferentes sobre as circunstâncias da morte do adolescente. Segundo a PM, uma equipe estava em patrulhamento na esquina da Rua Miguel Salazar com Rua Geremias quando dois homens em uma moto atiraram contra os militares, iniciando confronto.
Já a família de Thiago afirma que ele estava passeando de moto com um amigo pelas ruas da Cidade de Deus, quando a dupla foi abordada a tiros. Ainda segundo os parentes, os disparos teriam sido feitos por agentes do Batalhão de Polícia Militar do Choque (BPChq), quando o jovem já estava caído no chão. "Uma bala pegou na perna do jovem e ele caiu. [Pelas imagens], dá para vê-lo no chão ainda vivo e o policial vai lá e acaba de executar", disse o tio da vítima, o pintor Hamilton Menezes.
A família também acusa a PM de ter cortado imagens de uma câmera de segurança que filmou a ação policial no local onde T. M. F. morreu.
Investigações em andamento
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) ouve testemunha e realiza diligências para esclarecer o caso. A especializada também apreendeu as armas usadas pelos policiais e encaminhou para perícia. A PM abriu um procedimento interno para apurar as circunstâncias da ação e afastou todos os policiais envolvidos na ação