Rio - A Polícia Militar afastou preventivamente os policiais envolvidos na morte do adolescente de 13 anos na Cidade de Deus, Zona Oeste, após a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) iniciar uma investigação sobre as circunstâncias da ocorrência. As armas usadas pelos agentes foram apreendidas e passaram por perícia. Câmeras de segurança também estão sendo analisadas pela especializada.
fotogaleria
Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o jovem foi assassinado por um "policial despreparado e irresponsável". "É o povo pobre da periferia, que deve ser tratado com respeito para que nunca aconteça o que aconteceu com o menino de 13 anos que foi assassinado por um policial despreparado e irresponsável. A gente não pode culpar a polícia, mas a gente tem que dizer que o cidadão que atira em um menino que já estava caído é um irresponsável e não estava preparado, do ponto de vista psicológico, para ser policial", disse Lula, nesta quinta-feira (10), durante cerimônia para anunciar os investimentos em mobilidade urbana na cidade do Rio.
Também nesta quinta (10), parentes do adolescente prestaram depoimento na DHC, após denunciarem que uma câmera de segurança, que filmou a ação policial no local onde a vítima morreu, teve partes cortadas. Segundo eles, os disparos foram feitos por agentes do Batalhão de Polícia Militar do Choque (BPChq), quando o jovem já estava caído no chão.
"Ele estava passeando de moto com um amigo em uma das ruas da Cidade de Deus, onde foram abordados já a tiros. Uma bala pegou na perna do jovem e ele caiu. [Pelas imagens], dá para vê-lo no chão ainda vivo e o policial vai lá e acaba de executar", disse o tio da vítima, o pintor Hamilton Menezes.
Os policiais militares envolvidos na ação não usavam câmeras em seus uniformes. Em junho, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um recurso do governo e determinou que os equipamentos sejam instalados nas fardas de todos os agentes do estado.
O que diz a PM
A Polícia Militar afirmou que uma equipe estava em patrulhamento na esquina da Estrada Marechal Miguel Salazar com Rua Geremias quando dois homens em uma moto atiraram contra os militares, iniciando confronto. Ainda de acordo com a corporação, foi aberto um procedimento interno para apurar as circunstâncias da ação.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). O Ministério Público também abriu uma investigação sobre a morte do menino.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.