Rio - A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, nesta quinta-feira (17), o projeto que concede a Medalha Tiradentes post mortem a Moïse Kabagambe. O refugiado congolês foi morto em um quiosque da Praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, em janeiro de 2022. A projeto é de autoria original da deputada Dani Monteiro (PSol).
A proposta será promulgada pelo presidente da Alerj, o deputado Rodrigo Bacellar (PL), e publicada no Diário Oficial do Legislativo nos próximos dias.
Moïse Kabagambe residia no Brasil desde 2014 e trabalhava em um quiosque na Praia da Barra. Como ganhava por diária, após alguns dias sem receber foi cobrar a dívida trabalhista e acabou sendo assassinado.
"Um homem negro, refugiado, que foi assassinado por cobrar seus direitos trabalhistas mínimos é mais uma prova do racismo estrutural existente no Brasil, assim como da dificuldade de integração e acolhimento que os refugiados encontram em nosso Estado", afirmou Dani Monteiro.
Também assinam o texto como coautores os deputados Marina do MST (PT); Professor Josemar (PSol) e Verônica Lima (PT).
Em 24 de janeiro de 2022, Moïse Kabagambe teve as mãos e pés amarrados por fios e foi agredido por três homens, até morrer, com pedaços de madeira e um taco de beisebol no Quiosque Tropicália, após cobrar um pagamento atrasado. Fábio Pirineus da Silva, Brendon Luz da Silva e Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, acusados de espancar Moïse, estão presos, mas ainda não foram julgados. Eles se tornaram réus em fevereiro de 2022. Segundo o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), desde 6 de dezembro o caso se encontra na fase de apresentação de defesa.
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