O magistrado pediu o sequestro de três carros da Mercedes Benz, um Toyora Corolla, uma Mitsubishi Triton e um Honda Fit. Entre as Mercedes estão os modelos e250, que pode chegar a R$ 330 mil, gle400d, avaliada em R$ 635 mil, e c180, com valor aproximado de R$ 140 mil. Já o Corolla foi avaliado em R$ 80 mil, a Triton em R$ 90 mil e o Fit em R$ 45 mil.
De acordo com Andrade, todos os seis carros considerados de luxo fazem parte do patrimônio dos membros da organização criminosa que movimentaria uma grande quantidade de dinheiro por mês por causa de jogos do bicho.
"Os veículos citados pelo Ministério Público são de luxo, e fazem, a princípio, parte do patrimônio dos membros da organização criminosa, inobstante terem sido apreendidos no bojo de outra ação penal. Para decretação do sequestro basta a existência de indícios da proveniência ilícita dos bens, prescindindo de prova plena, sendo o caso dos autos, eis que, repiso, trata-se de organização criminosa que movimenta vultosa quantia de dinheiro mensalmente, e os bens apreendidos são de elevado valor", escreveu.
Operação Mahyah
Segundo a investigação da Polícia Federal, que é um desdobramento da Operação Sicários, deflagrada em dezembro de 2022, três núcleos criminosos - subordinados ao bicheiro Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, de 81 anos, - controlam o monopólio de jogos de azar e exploração de bingos clandestinos na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, em Niterói e São Gonçalo, cidades da Região Metropolitana do estado e no Espírito Santo.
"Para assegurar a soberania territorial, a organização criminosa pratica, de maneira ordenada, diversos crimes, dentro os quais se destacam homicídios, corrupção passiva e porte ilegal de armas de fogo", disse a PF.
A operação desta sexta-feira (1º) foi realizada por cerca de 100 agentes federais que tinham como objetivo cumprir 13 mandados de prisão preventiva e 19 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara especializada em organizações criminosas do Rio de Janeiro.
Os mandados estão sendo cumpridos em municípios do estado do Rio e no Espírito Santo, em endereços ligados aos integrantes da organização criminosa, já denunciados pelo MPRJ. A ação contou com apoio da Corregedoria da Polícia Militar e do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES).
Até esta sexta-feira (1º), Guimarães cumpria prisão domiciliar em sua casa no bairro Camboinhas, em Niterói por causa da suspeita de envolvimento na morte de um pastor em São Gonçalo, em 2020. De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), Aílton continuará cumprindo prisão domiciliar devido a essa investigação da Operação Mahyah.
Além do contraventor, outras 12 pessoas foram presas. Até o momento, 10 mandados de prisão foram cumpridos e três pessoas foram presas em flagrante. Entre os presos estão um policial civil, policiais militares e Marcel Rios Werneck, genro de Guimarães e apontado como tesoureiro da quadrilha.
Confira os denunciados
- Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães - Allan Pinheiro Coutinho, policial militar - Alzino Carvalho de Souza, policial civil - André Luiz Miranda Furtado, o Mestre - Daniel Jacinto Vieira, o Mineiro - Fagner Batista Pardin, policial militar - Francisco Carlos de Oliveira, o Chiquinho - Gilberto Ferreira Pereira, policial federal aposentado - Glaucio Raimundo Cardoso - Jorge Antônio dos Santos, o Jorjão - Marcel Rios Werneck - preso - Patrik Roger Correa Vieira - Rodrigo de Paiva Sousa, o Leitão
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.