O Morro do Jordão tem sido alvo de disputa de território entre milicianos e traficantes Google Street View

Rio - Moradores do Morro do Jordão, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, vivem mais um dia de intenso tiroteio e clima de tensão na região. Traficantes e milicianos disputam pelo controle do território. Na manhã deste domingo (10), de acordo com a plataforma Onde Tem Tiroteio (OTT), disparos foram ouvidos às 10h23.

Relatos de moradores nas redes sociais, compartilharam os momentos de tensão. "Tá complicado", reclamou uma moradora. Outro homem se queixou da violência constante na região: "Um dia sim o outro também", disse o morador.
De acordo com a Polícia Militar, uma equipe 18º BPM (Jacarepaguá) esteve nas proximidades da comunidade da Chacrinha e Jordão, na região de Jacarepaguá, para verificar denúncias de obstrução de vias neste domingo (10). Ninguém ficou ferido.

Confrontos na região

Na madrugada de domingo (27) e segunda-feira (28), um intenso confronto causou pânico aos moradores de Rio das Pedras, também em Jacarepaguá, e deixou uma pessoa ferida. O confronto teria ocorrido depois que milicianos que controlam a região teriam encontrado traficantes circulando pela comunidade. A PM foi acionada para o local, depois que um motorista de aplicativo foi baleado e encontraram seu veículo com várias marcas de disparos.
No sábado (26), três homens foram encontrados mortos dentro de um carro, na Rua Doutor Jaime Marques, no Campinho, Zona Norte. A Polícia Civil identificou dois deles como Adeilton Gomes Rocha, de 35 anos, e Ruan Lucas Izaias Oliveira, 18, mas ainda não se sabe o motivo das execuções e se eles tinham relação com o tráfico de drogas ou milícia que atuam na região. Segundo moradores, o trio foi morto por integrantes do Comando Vermelho e, por conta das mortes, um grupo incendiou dois ônibus na Rua Cândido Benício, sentido Madureira. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Ainda no sábado, outros dois homens foram encontrados mortos com marca de tiros, em Santa Cruz, na Zona Oeste. Os casos teriam relação com disputa de território entre as milícias chefiadas por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, e Alan Ribeiro Soares, o Nanan. Um dos corpos estava dentro de um automóvel, em um conjunto habitacional da Avenida João XXIII, e o outro na Estação de Tancredo Neves, na comunidade do Antares. Segundo moradores, os mortos seriam os milicianos rivais conhecidos como DG e Lasanha.
A Zona Oeste é palco, desde o ano passado, de disputas territoriais entre traficantes e milicianos. A região foi dominada por grupos paramilitares por anos, mas recentemente o tráfico de drogas, em busca de expandir pontos de venda, conseguiu tomar o controle da milícia em diferentes comunidades.