O pai da menina H.S.S., de 3 anos, Willian da Silva, em entrevista no Hospital Municipalizado Adão Pereira NunesReginaldo Pimenta

Rio - O pai da menina H. S. S., de 3 anos, morta ao ser baleada em ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), voltou às redes sociais, nesta segunda-feira (18), para criticar a decisão da Justiça do Rio que negou o pedido de prisão dos agentes envolvidos no caso. Em uma postagem nas redes sociais, Willian da Silva diz que a decisão impede que o "mínimo" necessário seja feito para punir os policiais. 
"Nada trará a vida da minha filha de volta. Mas quem tirou a vida dela tem que pagar. É o mínimo que se exige é a responsabilização dos policiais. Era para minha filha estar em casa comigo agora brincando, essa atitude covarde fez com que perdêssemos nossa filha. A prisão é o mínimo que se espera", disse. 
O pedido negado pela Justiça Federal,  por meio da 1ª Vara Federal, no início da tarde desta segunda-feira, havia sido solicitado pelo Ministério Público Federal (MPF), na sexta-feira passada (15). O pedido foi analisado pelo juiz que acabou por acatar apenas algumas das medidas cautelares. Entre elas, está previsto o afastamento dos policiais e que eles utilizem tornozeleira eletrônica até a conclusão das investigações. 
Mais cedo, nesta segunda (18), o pai de H. já havia falado sobre a dor de sepultar a própria filha e sobre o sentimento de ter que ver seus aparelhos sendo desligados. "No hospital, eu acreditei com todas as minhas forças até o último segundo, e mesmo com todos os aparelhos desligados eu pensei em algum momento ligar tudo de novo por conta própria, só queria sair de lá com você em meus braços e ir embora para casa", disse o pai.
Após nove dias
A menina H. morreu no sábado passado (16), nove dias após dar entrada no Hospital Municipalizado Adão pereira Nunes, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. Ela foi sepultada domingo (17), em Petrópolis, na Região Serrana.
De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), a causa do óbito foi lesão no encéfalo por projétil de arma de fogo. H. foi atingida na cabeça por um tiro de fuzil durante uma ação de agentes da PRF, no Arco Metropolitano, altura de Seropédica, no dia 7 de setembro, quando a família voltava de carro da casa da avó, em Itaguaí.

O veículo foi perseguido por agentes da PRF, que o identificaram como um automóvel roubado. Em seu depoimento, contudo, Willian afirmou não foi dado nenhum aviso pedindo a parada do automóvel para a abordagem. No carro, estavam os pais de H., a irmã, de 8 anos, e uma tia.