Luana afirma correr risco de vidaReprodução / Redes Sociais

Rio - A Polícia Civil investiga o major da Polícia Militar, Paulo Araújo, lotado no Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (RECoM), por supostas ameaças contra a ex-companheira, Luana Keioze, que afirma correr risco de vida.
De acordo com a jornalista, os dois, que moram em Copacabana, na Zona Sul do Rio, tiveram um relacionamento de 3 meses, que terminou em abril. No entanto, segundo ela, Paulo nunca aceitou o fim da relação. "Eu e Paulo somos vizinhos, engatamos um namoro e após três meses, descobri suas traições e decidi colocar um ponto final nesse namoro. Ocorre que o Paulo nunca aceitou e há cinco meses, ele não tem poupado esforços para fazer do meu cotidiano os piores dias da minha vida", disse Luana em vídeo publicado nas redes sociais.

No relato, Luana informou, ainda, que o major tem utilizado seu cargo para ameaçar e perseguir a jornalista. "Ele como oficial superior da PMERJ tem utilizado todos os privilégios de sua carreira para me ameaçar, me agredir, me difamar, me coagir, mas ele não vai me transformar numa vítima de feminicídio", conta.
Em um dos episódios de ameaça, a jornalista conta que o agente entrou na academia de musculação que Luana estava e deu voz de prisão contra ela. "Há quinze dias, ele entrou na academia Smart Fit, me viu malhando lá e na frente de dezenas de pessoas, ameaçou acabar com minha vida e me deu voz de prisão".
Na ocasião, gravada pela vítima, Paulo diz: "Você está falando com uma autoridade, não está falando com sua mãe, você me respeita. Eu vou te dar voz de prisão. Vamos para a delegacia agora". De acordo com o relato, Paulo teve o contrato rescindido e foi banido de malhar em qualquer Smart Fit do país.

Luana informou que conseguiu uma medida restritiva contra o major, para que ele mantenha uma distância de 250 metros dela. No entanto, de acordo com a jornalista, Paulo teria reduzido a distância mínima permitida para 50 metros. Por medo, Luana saiu de casa e se mudou para um hotel. "Eu não tenho dormido em casa, eu estou num hotel. Eu tenho precisado de favores de amigos, eu não consigo mais ficar em paz dentro da minha casa, nem andar nas ruas", disse.

Após a publicação do vídeo, Luana escreveu que possui registros de conversas, vídeos e telefonemas das ameaças feitas por Paulo. "Agora acabou, não vou mais tolerar essa violência ainda mais de alguém que deveria dar o exemplo à sociedade de como agir de forma idônea e a favor do bem. Eu não estou aqui só por mim, eu estou aqui por vocês, por mim, pelas suas irmãs, amigas, primas, tias, mães, filhas, por nós mulheres", finaliza no vídeo.
Procurada, a Smart Fit afirmou que deu todo o suporte à aluna e adotou todas as medidas cabíveis.
De acordo com a Polícia Militar,  a Corregedoria instaurou um procedimento apuratório para averiguar as circunstâncias do ocorrido.
Em nota, a Polícia Civil informou que a investigação está em andamento na 12ª DP (Copacabana) e que agentes realizam diligências para concluir o caso.