Hitallo era personal trainer e trabalhava com diversas celebridadesReprodução / Redes Sociais

Rio - A juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal do Rio, negou, nesta sexta-feira (22), o pedido de prisão preventiva para o motorista Marcus Vinicius Cardoso Fazenda, de 64 anos, indiciado e denunciado pelo atropelamento e morte do personal trainer Hitallo Muller Azevedo, de 34, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. A vítima trabalhava com a modelo Gracyanne Barbosa.
Em sua decisão, Elizabeth entendeu que dois dos três apontamentos do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) não eram justificativas para manter o acusado preso. A magistrada concordou que a prisão mantém a ordem pública porque Marcus tem históricos de infrações de trânsito com condutas perigosas, incluindo uma multa por avançar um sinal vermelho no mesmo dia em que acertou a moto de Hitallo. O motorista estava alcoolizado e andando na contramão, segundo a investigação da 16ª DP (Barra da Tijuca).
No entanto, a juíza destacou que os outros dois argumentos do MPRJ não se configuram, já que, segundo ela, não há no processo qualquer indicação de que Marcus tenha intimidado testemunhas ou buscado atrapalhar a investigação. Para Louro, o risco de fuga do acusado "surge como mera suposição, sem suporte em qualquer dado concreto nos autos".
Diante do analisado, a magistrada decidiu por estipular duas medidas cautelares para o motorista. Uma delas é a suspensão do direito de conduzir veículos automotores, pelo menos, até o encerramento da primeira fase do processo. Já a segunda é a proibição de ingerir bebidas alcoólicas em locais públicos. Caso Marcus descumpra uma dessas medidas, ele pode ser preso. 
Relembre o caso
Hitallo morreu no dia 26 de julho depois de sua moto ser atingida pelo carro de Marcus, na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca.
De acordo com a Polícia Civil, o motorista dirigia embriagado na contramão e acima da velocidade permitida na via quando atingiu o personal trainer. Além de arrastar por cerca de 20 metros a moto em que Hitallo estava, Marcus bateu em outros três veículos estacionados. Foi concluído, ainda, que o motorista dirigia a 83,4 km/h, sendo que a velocidade permitida neste trecho da via era de 70km/h. 
Segundo as investigações, no dia do ocorrido, o motorista se envolveu em outro acidente por volta das 18h30 e recebeu uma multa por avanço de sinal vermelho às 15h54 na Estrada Coronel Pedro Corrêa, em Jacarepaguá, também na Zona Oeste.
O inquérito apontou, ainda, que durante depoimento, uma testemunha afirmou que "sentiu forte cheio de bebida alcóolica dentro do carro de Marcus e que ele tentou ligar o carro para sair do local, mas o veículo não ligou".
Marcus também ficou ferido. Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. O médico que atendeu o motorista, afirmou, em depoimento, que "o paciente tinha forte hálito etílico".