Ator Kayky Brito segue internado em hospital no RioReprodução/Redes sociais

Rio - A Polícia Civil concluiu o inquérito do atropelamento do ator Kayky Brito, 34 anos, que ocorreu no dia 2 de setembro na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. De acordo com as investigações, o motorista Diones Coelho Silva estava dirigindo a 48km/h, abaixo da velocidade permitida na via, que é de 70km/h.

Ainda segundo o delegado Ângelo Lages, da 16ªDP (Barra da Tijuca) responsável pelo caso, o motorista não responderá por crime algum porque ficou comprovado que ele estava dentro do limite de velocidade e não havia ingerido bebida alcóolica. Além disso, Diones conduzia o automóvel com atenção e, após o acidente, parou o carro e prestou socorro.
A polícia solicitou o arquivamento do caso e vai encaminhar o inquérito ao Ministério Público. "A gente pediu o arquivamento do caso porque como o motorista não concorreu para esse atropelamento, ele não praticou qualquer tipo de crime, uma vez que, vinha dirigindo com atenção, dentro do limite de velocidade e sem ingestão de álcool. Ele socorreu a vitima, veio à delegacia. Então, ele está excluído de qualquer tipo de responsabilidade nesse evento", informou o delegado.

O ator sofreu politrauma corporal e traumatismo craniano e continua internado no Hospital Copa D'Or, na Zona Sul do Rio. Na última semana ele recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e vem se recuperando. Atualmente, ele está consciente e conversando com os familiares.

Laudo

O laudo de perícia produzido pelo Instituto Criminalística Carlos Éboli (ICCE) atestou que o motorista estava a menos de 10 metros e a 0,73 segundo de distância de Kayky quando o ele iniciou a travessia na pista, correndo e saindo de trás de outro carro.

De acordo com os peritos, para ter um tempo hábil de reação e tentar evitar uma possível colisão, a distância inicial entre condutor e pedestre deveria ser de mais de 26 metros. Ou seja, mais do que o dobro.
"O laudo é esclarecedor e não restam dúvidas. A distância entre carro e vítima no instante em que ele inicia a travessia, mesmo a uma velocidade abaixo da permitida, era insuficiente para que o motorista percebesse, reagisse e parasse o veículo sem impacto", explicou o titular da 16ª DP.
Bruno de Luca
O ator Bruno de Luca, que presenciou o atropelamento, não foi indiciado por omissão de socorro. Em depoimento, ele afirmou que deixou o local sem perceber que a vítima era o amigo Kayky Brito. Os dois estavam juntos em um quioesque pouco antes do acidente. Bruno disse que só soube do que havia acontecido com Kayky por volta das 9h de domingo, quando estava no aeroporto, em São Paulo, onde assistiria a um festival de música.
De acordo com Lages, o ator não tinha responsabilidade legal de prestar socorro ao amigo. " O fato é que não aconteceu o crime de omissão de socorro por parte dele porque o dever legal de prestar socorro seria do motorista. Além disso, haviam outras pessoas naquela cena, a passageira, os funcionários do quiosque e a partir do momento que uma pessoa solicita o apoio, como foi o caso do Diones, as demais pessoas não respondem por nada", explicou.
O atropelamento

Uma câmera de segurança do quiosque onde Kayky Brito estava mostrou o exato momento de seu atropelamento. A imagem mostra o ator voltando após guardar um pertence no seu carro, que estava estacionado do outro lado da Avenida Lúcio Costa. Na volta, ele tenta atravessar correndo a pista, na parte da orla, e é atingido por um veículo preto.

O atropelamento aconteceu por volta das 00h50 do dia 2 de setembro. O ator atravessou fora da faixa de pedestre, que estava a metros do local do acidente. "O pedestre é prioridade no trânsito, mas ele também tem deveres. Ao atravessar uma via, deve sempre procurar uma faixa de pedestre ou passarela. Caso não haja, se certificar que não venha nenhum carro ou que ele esteja a uma distância segura para que você faça a travessia sem qualquer risco", explicou o delegado Ângelo Lages.