Bruno de Souza Rodrigues e Jeander Vinícius da Silva Braga respondem pela morte do ator Jeff Machado Reprodução

Rio - A primeira audiência de instrução e julgamento dos réus Bruno de Souza Rodrigues e Jeander Vinicius da Silva Braga, acusados de matar o ator Jeff Machado, de 44 anos, foi marcada para o próximo dia 27 de outubro, a partir das 13h. A decisão foi assinada pela juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, da 1ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.
A Justiça vai começar a ouvir as 18 testemunhas convocadas pelo Ministério Público do Rio (MPRJ), entre elas estão a mãe e o irmão da vítima. Em julho, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) concluiu o inquérito que investigou o desaparecimento, homicídio e ocultação de cadáver de Jeff. Agora, Bruno responde por oito crimes e o garoto de programa Jeander Vinicius, 29, por três. A vítima estava desaparecida desde janeiro e o corpo foi encontrado dentro de um baú enterrado e concretado, em um imóvel em Campo Grande, na Zona Oeste, no dia 24 de maio.
Apontado como mentor do crime, Bruno foi indiciado por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, asfixia e por impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver; estelionato e tentativa de estelionato; furto; invasão de dispositivo informático; maus-tratos a animais e falsa identidade. Já Jeander Vinicius vai responder por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, asfixia e por impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver e maus-tratos a animais; enquanto o terceiro homem, pelo crime de maus-tratos a animais.
Segundo as investigações da DDPA, Jeff Machado foi morto no dia 23 de janeiro e, no dia 27 seguinte, seu desaparecimento foi registrado, depois que familiares e amigos estranharam a falta de informações e contatos feitos pelo ator. Após um trabalho de inteligência, coleta de depoimentos e análise de câmeras de monitoramento, os agentes da especializada conseguiram identificar a participação do produtor e do garoto de programa no crime. A Polícia Civil e o MPRJ representaram pelas prisões, que foram decretadas pela Justiça do Rio e cumpridas em junho.
O inquérito apontou que o acusado dizia ser produtor de uma emissora de televisão e prometeu um papel em uma novela para Jeff, que pagou R$ 25 mil para conseguir a vaga. O ator não percebeu que estava sendo enganado e, por não conseguir mais manter a farsa, ele decidiu matá-lo. Segundo a Polícia Civil, a vítima foi morta por motivo fútil, estrangulada com um fio de telefone, após ser dopada e asfixiada. O corpo foi transportado por Jeander para uma casa em Campo Grande, alugada por Bruno em dezembro de 2022, exclusivamente para ocultar o cadáver da vítima.
Ainda de acordo com as investigações, o corpo foi colocado em um baú do próprio ator, enterrado a dois metros de profundidade e coberto de concreto. Jeander também foi o responsável por abrir o buraco onde o objeto com o cadáver foi sepultado. Para encobrir o assassinato, Bruno usou o celular do artista e se passou por ele para manter contato com a mãe e amigos, além de ter feito publicações falsas em suas redes sociais.
Após o assassinato, os oito cachorros de Jeff foram levados para um centro espírita, no bairro Palmares, em Santa Cruz, na Zona Oeste, onde ficaram em condições de maus-tratos físicos e psicológicos. Depois, os animais foram abandonados na rua, o que despertou atenção dos parentes e amigos da vítima. O responsável pelo local é o terceiro indiciado no inquérito e não foi preso. Bruno tentou vender o carro de Jeff e fez compras com seu cartões, no total de R$ 7 mil. O produtor e o garoto de programa ainda furtaram telefones, notebook, jaquetas de couro e uma televisão do ator.