Bruno Rodrigues, de 37 anos, foi preso acusado de matar o ator Jeff MachadoMarcos Porto/Agência O Dia

Rio - A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) concluiu o inquérito que investigou o desaparecimento, homicídio e ocultação de cadáver de Jefferson Machado, de 44 anos. A especializada indiciou o produtor Bruno de Souza Rodrigues, 37, por oito crimes, e o garoto de programa Jeander Vinicius da Silva Braga, 29, por três. Um terceiro homem, não identificado, também vai responder por participação no caso. A vítima estava desaparecida desde janeiro e o corpo foi encontrado dentro de um baú enterrado e concretado, em um imóvel em Campo Grande, na Zona Oeste, no dia 24 de maio.
Apontado como mentor do crime, Bruno foi indiciado por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, asfixia e por impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver; estelionato e tentativa de estelionato; furto; invasão de dispositivo informático; maus-tratos a animais e falsa identidade. Já Jeander Vinicius vai responder por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, asfixia e por impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver e maus-tratos a animais; enquanto o terceiro homem, pelo crime de maus-tratos a animais.
Segundo as investigações da DDPA, Jeff Machado foi morto no dia 23 de janeiro e, no dia 27 seguinte, seu desaparecimento foi registrado, depois que familiares e amigos estranharam a falta de informações e contatos feitos pelo ator. Após um trabalho de inteligência, coleta de depoimentos e análise de câmeras de monitoramento, os agentes da especializada conseguiram identificar a participação do produtor e do garoto de programa no crime. A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio (MPRJ) representaram pelas prisões, que foram decretadas pela Justiça do Rio e cumpridas em junho.
O inquérito apontou que o acusado dizia ser produtor de uma emissora de televisão e prometeu um papel em uma novela para Jeff, que pagou R$ 25 mil para conseguir a vaga. O ator não percebeu que estava sendo enganado e, por não conseguir mais manter a farsa, ele decidiu matá-lo. Segundo a Polícia Civil, a vítima foi morta por motivo fútil, estrangulada com um fio de telefone, após ser dopada e asfiaxiada. O corpo foi transportado por Jeander para uma casa em Campo Grande, alugada por Bruno em dezembro de 2022, exclusivamente para ocultar o cadáver da vítima.
Ainda de acordo com as investigações, o corpo foi colocado em um báu do próprio ator, enterrado a dois metros de profundidade e coberto de concreto. Jeander também foi o responsável por abrir o buraco onde o objeto com o cadáver foi sepultado. Para encobrir o assassinato, Bruno usou o celular do artista e se passou por ele para manter contato com a mãe e amigos, além de ter feito publicações falsas em suas redes sociais.
Após o assassinato, os oito cachorros de Jeff foram levados para um centro espírita, no bairro Palmares, em Santa Cruz, na Zona Oeste, onde ficaram em condições de maus-tratos físicos e psicológicos. Depois, os animais foram abandonados na rua, o que despertou atenção dos parentes e amigos da vítima. O responsável pelo local é o terceiro indiciado no inquérito e não foi preso. Bruno tentou vender o carro de Jeff e fez compras com seu cartões, no total de R$ 7 mil. O produtor e o garoto de programa ainda furtaram telefones, notebook, jaquetas de couro e uma televisão do ator. 
Jeander foi preso em 2 de junho, em Santíssimo, na Zona Oeste, durante uma ação da Delegacia de Descoberta de Paradeiros que tentou prender os então suspeitos pelo crime. Já Bruno permaneceu foragido até o dia 15 do mesmo mês, quando foi preso pela Polícia Militar, em um hostel no Morro do Vidigal, Zona Sul, em uma operação conjunta com a Polícia Civil. O produtor ficou escondido no local por cinco dias, usando nome falso, e se preparava para fugir mais uma vez, ao perceber a movimentação dos agentes. Após passarem por audiência de custódia, a Justiça decidiu manter a prisão dos dois autores.