Ex-deputado Roberto Jefferson está preso desde outubro do ano passadoValter Campanato / Agência Brasil

Rio - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve, nesta segunda-feira (2), a prisão preventiva do ex-deputado federal Roberto Jefferson. Atualmente, ele, que foi preso por atirar em policiais federais, está internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul, para tratamento de sua saúde.
A defesa de Jefferson entrou com um pedido de liberdade provisória dizendo que os requisitos necessários à manutenção da sua prisão não existem mais. Os advogados sustentam que a prisão cautelar do ex-deputado pode ser substituída pro medidas alternativas, "considerando a cessação de atividade ilícita por parte do requerente".
Em outubro do ano passado, Roberto foi preso em flagrante por oferecer resistência ao cumprimento de mandado de prisão decretado pelo ministro Alexandre de Moraes, depois que descumpriu medidas cautelares. Antes de ser preso em sua casa, no município de Comendador Levy Gasparian, interior do Rio, o ex-deputado disparou tiros de fuzil e lançou granadas contra os agentes que foram ao local. Dois policiais ficaram levemente feridos.
Nesta segunda-feira (2), Moraes concordou com uma recomendação da Procuradoria-Geral da República (PGR). De acordo com o ministro, as condutas de Jefferson que estão em investigação são gravíssimas e não há fato novo que mude a decisão de sua prisão preventiva.
"Ressalte-se, inclusive, que os fundamentos de fato da decisão proferida em 23/01, bem como os trazidos pela Procuradoria-Geral da República permanecem hígidos, e demonstram que nas ocasiões em que Roberto Jefferson foi concedido o benefício de saída do estabelecimento prisional, houve o descumprimento das medidas a ele impostas, a evidenciar a necessidade de sua prisão para garantia da ordem pública. Some-se a isso a extrema violência com que recebeu os agentes públicos que se dirigiram à sua residência para cumprimento de ordem legal, no estrito cumprimento de suas funções – comportamento que demonstra sua periculosidade, e não cessará com a mera entrega das armas de sua propriedade", explicou.
Moraes ainda ressaltou que não há como dizer que o comportamento "beligerante e avesso" de Jefferson em razão ao cumprimento de determinações judiciais mudou, tendo em vista que ele está internado no hospital.
Júri popular por tentativa de homicídio
A juíza Abby Ilharco Magalhães, da 1ª Vara Federal de Três Rios, decidiu, no dia 13 de setembro, que o ex-deputado vá à júri popular pela tentativa de homicídio dos quatro policiais federais, que fizeram a sua prisão em outubro do ano passado.
Roberto Jefferson responde por tentativa de homicídio com emprego de recurso que dificulte a defesa da vítima, crime contra autoridade no exercício da função e uso de arma de fogo de uso restrito ou proibido.