Ultraleve que atingiu e matou jovem no Aeroclube de Nova Iguaçu passou por períciaReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Polícia aguarda conclusão de estudo dos ventos para finalizar inquérito de jovem morta por ultraleve
Caroline Kethlin de Almeida Ribeiro, de 22 anos, foi atropelada no aeroclube de Nova Iguaçu no dia 9 de setembro
Rio - A Polícia Civil aguarda a Força Aérea Brasileira (FAB) responder o ofício sobre o estudo dos ventos para concluir o inquérito que investiga a morte de Caroline Kethlin de Almeida Ribeiro, de 22 anos, no aeroclube de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A jovem foi atingida por um ultraleve no dia 9 de setembro e teve morte cerebral horas depois do ocorrido, no Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI). A 58ª DP (Posse), responsável pelas investigações, espera obter a resposta da FAB até o fim desta semana.
Após perícia realizada no aeroclube, o delegado José Mário Salomão de Omena, titular da 58ª DP, disse que a velocidade e a direção do vento podem ter contribuído com que o piloto perdesse o eixo do ultraleve e guinasse para a direita da pista, em direção à vítima. Os investigadores apuram o que aconteceu para que o veículo ficasse desgovernado.
Sabe-se, até o momento, que a aeronave, ao realizar um teste de rolagem, perdeu o eixo da pista por mais de 10 metros, até atingir Caroline Kethlin. A pista do local tem largura de 30 metros e não possui faixa de segurança para a prática de voos no local. O ultraleve, ainda de acordo com a Polícia Civil, não iria fazer a decolagem, somente testar a pista. No dia do acidente, conforme observado pelo delegado, a Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica apontava vento forte para a circulação de ultraleves.
Aeroclube não tinha autorização para funcionar
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou que o aeroclube não tinha autorização para funcionar e também não é certificado por eles para oferta de cursos de formação de pilotos. O local não consta no cadastro de aeródromos privados da Agência, portanto, não pode operar como aeródromo.
Relembre o caso
Caroline Ribeiro era aluna da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas, São Paulo, e estava passando o feriado da Independência com a família no Rio. No dia 9 de setembro, ela estava andando pela pista do Aeroclube de Nova Iguaçu quando foi atingida pelo ultraleve.
A jovem foi socorrida e encaminhada ao Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) em estado gravíssimo, sento internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Horas depois de a vítima dar entrada, a unidade abriu protocolo de morte encefálica e os médicos realizaram uma série de exames na paciente para avaliar seu estado clínico e neurológico, mas a paciente não respondeu.
No dia 10 de setembro, a direção da unidade confirmou a morte cerebral da jovem e a família autorizou a doação de órgãos. Foram captados os dois rins e o fígado, que foram doados para pacientes no estado do Rio. Durante a retirada dos órgãos, médicos e enfermeiros do hospital fizeram homenagem com salva de palmas em agradecimento pela doação.
Caroline foi sepultada no dia 12 de setembro no Cemitério Parque Jardim, em Mesquita, também na Baixada Fluminense. Durante a cerimônia, Abner Rangel Ribeiro, pai da vítima, disse que estava no momento da colisão e viu a aeronave em alta velocidade.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.