Rio - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) disse que o Aeroclube Nova Iguaçu, onde Caroline Kethlin de Almeida Ribeiro, de 22 anos, morreu após ser atingida por um um ultraleve não tinha autorização para funcionar. Em nota, nesta segunda-feira (11), o órgão também disse que o local não é certificado por eles para oferta de cursos de formação de pilotos e não consta no cadastro de aeródromos privados da Agência, portanto, não pode operar como aeródromo. "Isso significa que não são permitidas operações com aeronaves no local", disse a Agência. O caso é investigado pela 58ª DP (Posse).
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A Polícia Civil realizou, nesta segunda-feira (11), uma perícia no ultraleve que atingiu e matou a estudante da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx). Durante o procedimento, os agentes chegaram a conclusão de que a aeronave, ao realizar um teste de rolagem, puxou para o lado direito e acabou atingido a vítima, que estava na lateral da pista. O ultraleve não iria fazer a decolagem, somente testar a pista.
Nas imagens, é possível notar que partes da sustentação da asa da aeronave ficaram amassadas após se chocarem no corpo de Caroline Kethlin. Em um determinado ponto, a estrutura chegou a abrir. Os policiais também realizaram uma perícia na pista.
Os agentes da Civil vão analisar as condições do acidente e ouvir testemunhas que presenciaram a fatalidade para entender o que aconteceu. O caso, que foi inicialmente registrado como lesão corporal, pode ser alterado para homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
FAB vai fazer perícia no Aeroclube
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), foram acionados para realizar a Ação Inicial da ocorrência no Aeroclube de Nova Iguaçu.
De acordo com a entidade, foram utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado que realiza a coleta e confirmação de dados, a preservação de indícios, a verificação inicial de danos causados pela aeronave e o levantamento de outras informações necessárias ao processo de investigação.
O caso
A estudante do Exército foi atingida quando praticava esportes na pista do aeroclube, na Baixada Fluminense, no último sábado (9). Ela chegou a ser socorrida e encaminhada em estado gravíssimo ao Hospital Geral de Nova Iguaçu e foi internada no CTI da unidade. Horas depois de a vítima dar entrada, o hospital abriu protocolo de morte encefálica e os médicos realizaram uma série de exames na paciente para avaliar seu estado clínico e neurológico, mas a paciente não respondeu. O falecimento foi confirmado na tarde de domingo (10). A família autorizou a doação dos órgãos da jovem. Através do Programa Estadual de Transplantes (PET), foram captados dois rins e o fígado.
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